Elmano Augusto - Brasília
(24/06/2013) – A chefia
do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
elaborou o Guia de Bolso da Travessia das
Sete Quedas. O folder traz informações
importantes para as pessoas que quiserem fazer
a trilha, como o roteiro, as distâncias
de cada trecho, o mapa com os pontos estratégicoso
e os cuidados que se deve ter para se fazer
o passeio de forma segura e sem danos ao meio
ambiente. São disponibilizadas ainda
informações sobre a unidade
conservação e a fauna e flora
da região.
A travessia completa, de
23 quilômetros, pode ser feita em uma
dia por atletas, praticantes de esportes de
aventura na natureza ou pessoas com bom condicionamento
físico, mas a direção
do parque recomenda que o roteiro seja cumprido,
de preferência, em dois dias de caminhada,
com pernoite na área de camping, conforme
está no guia.
Assim, as pessoas podem
curtir melhor o passeio, desfrutar de banhos
no cânion, rio Preto e na cachoeira
das Sete Quedas e contemplar as belas paisagens
e a diversidade da fauna e flora da Chapada
dos Veadeiros, um lugar paradisíaco,
cheio de novidades a cada passo. Veja, a seguir,
informações contidas no guia
do bolso.
ROTEIRO
1º dia de caminhada
1 - CENTRO DE VISITANTES
O Termo de Responsabilidade e Conhecimento
de Riscos deve ser entregue assinado no Centro
de Visitantes, onde a trilha se inicia.
Você receberá um cartão
de identificação que deve ser
colocado na caixinha de correio ao final da
trilha. Esse procedimento nos informa que
você concluiu a travessia.
SIGA AS SETAS VERMELHAS
O começo da caminhada é pela
mesma trilha que leva para os cânions,
portanto, siga as setas vermelhas até
chegar ao Cânion 1.
Do Centro de Visitantes até o próximo
ponto, a bifurcalção para o
Cânion 1, são 3 quilômetros.
2 - BIFURCAÇÃO
PARA CÂNION 1
Pouco antes de chegar ao Cânion 2, existe
a bifurcação para o Cânion
1. Muita atenção neste ponto,
pois a travessia segue à direita nesta
bifurcação, no sentido do Cânion
1, ainda em setas vermelhas.
Não é recomendado seguir até
o Cânion 2, lembrando que você
tem uma longa caminhada pela frente.
Da bifurcaçãoa até o
próximo ponto, que é Cânion
1, é um quilômetro.
3 - CÂNION 1
A visita ao Cânion 1 é recomendada
para quem faz a travessia, por ser um ótimo
local para aproveitar a paisagem, se refrescar
no Rio Preto e fazer uma pausa breve para
lanche.
SIGA AS SETAS LARANJAS
Para continuar a travessia, siga a trilha
à direita, pouco antes de chegar ao
Cânion 1 e passe a seguir as setas laranjas
– elas vão te acompanhar até
o final da travessia!
Neste percurso, você se depara com paisagens
dife rentes do cerrado: campos rupestres
e veredas, além do cerrado strictu
sensu que o acompanhava até este momento,
e seguirá até a primeira passagem
do Rio Preto.
Do Cânion 1 até o próximo
ponto, a Travessia do Rio Preto (Fiandeiras),
são 4 quilômetros.
4 - TRAVESSIA DO RIO PRETO
(FIANDEIRAS)
Já na margem do Rio Preto, observe
a placa de advertência ali localizada,
bem como o poste com a ponta laranja instalado
no outro lado do rio. Eles estão em
diagonal e orientam o local menos acidentado
do rio para se fazer a passagem.
Recarregue suas garrafas de água, pois
o trecho a seguir é a trilha das fiandeiras:
uma trilha histórica, da época
do garimpo, e que não conta, durante
a seca, com água disponível.
Ao final desta trilha, seguindo as setas e
postes laranjas em meio a campos e bosques,
está o camping das Sete Quedas, novamente
às margens do Rio Preto.
Da Travessia do Rio Preto (Fiandeiras) até
o próximo ponto, que é a área
de camping, são 5 quilômetros.
Siga adiante, mas lembre-se: encha a garrafinha
porque este é o último ponto
com água para consumo até o
camping.
5 - ÁREA DE CAMPING
DAS SETE QUEDAS
Ao chegar na área de camping, monte
sua barraca somente em um dos pontos demarcados
e aproveite os poços de banho no Rio
Preto e as quedas d'água que formam
as Sete Quedas.
Atente para a área de banheiro rústico
e leve embora todo o lixo que você produzir.
Respeite os companheiros de camping com silêncio.
Lembre-se: não são permitidas
fogueiras em hipótese alguma!
O fogo se espalha facilmente pela vegetação.
Recentemente, o Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros sofreu com grandes incêndios
florestais. A maioria deles é provado
pela ação humana. Portanto,
obedeça fielmente essa regra de não
fazer fogueiras.
2º dia de caminhada
6 - SEGUNDA PASSAGEM DO
RIO PRETO
A apenas 150 metros acima das Sete Quedas
existe a sinalização do ponto
seguro de passagem do Rio Preto.
Caso o nível do Rio Preto esteja baixo,
e você prefira e tenha capacidade de
passar por entre as pedras, de forma a não
molhar os pés, observe o poste acima
das Sete Quedas que demarca o começo
do segundo dia de caminhada.
A trilha segue por uma área de cerrado
rupestre, outra fitofisionomia do cerrado.
Atenção: este é o último
ponto de recarga de água até
o final da travessia. Aproveite para abastecer
suas garragas de água.
Da segunda passagem do Rio Preto até
o próximo ponto, o posto da Mata Funda
são 3 quilômetros.
7 - POSTO DA MATA FUNDA
Depois de uma caminhada pelo cerrado rupestre
se chega ao Posto da Mata Funda, uma torre
de observação de incêndios,
utilizada pela Brigada de Incêndios
Florestais do ICMBio.
Continue o caminho pela estrada de terra que
levará à Rodovia GO-239.
Do Posto da Mata Funda até o final
da travessia são mais três quilômetros.
8 - RODOVIA GO-239 (FINAL
DA TRAVESSIA)
Parabéns, você concluiu a trilha!
Por favor, deixe seu cartão de identificação
na caixinha de correio localizada próxima
à saída.
A estrada segue para Alto Paraíso à
esquerda (24km) e São Jorge à
direita (12 km).
Agradecemos a ajuda por retornar com seu lixo
e manter limpo o Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros. Aproveite sua estadia para
conhecer os demais atrativos e trilhas do
PNCV.
DICAS DE COMO FAZER A TRAVESSIA
DE FORMA SEGURA
• A Travessia das Sete Quedas
deve ser feita em dois dias. O primeiro com
uma caminhada de aproximadamente 17 km e o
segundo dia com mais 6 km, totalizando
pouco mais de 23 km. Saiba, portanto, se você
tem o preparo físico adequado para
esta aventura
• Percorra a trilha com calçados fechados,
reforçados e confortáveis: chinelos,
sandálias e saltos não combinam
com trilhas
• Leve sempre com você protetor solar,
chapéu, capa de chuva, água
e lanche reserva
• Beba muita água: a desidratação
é uma causa comum de mal estar nas
trilhas;
• Obedeça as normas do Parque Nacional:
mantenha-se na trilha e não colete
flores, animais ou pedras;
• Traga todo seu lixo de volta, inclusive
restos de comida;
• Observe as condições climáticas
dos dias da sua visita;
• Atividades em ambientes naturais apresentam
riscos inerentes, tais como perder-se, machucar-se,
afogar-se, entre outros;
• Atente-se para o risco de trombas d'água
e, em caso de chuvas fortes ou aumento do
nível do rio, saia da água imediatamente
e procure se refugiar em lugar alto e seguro;
• Não monte sua barraca próxima
ao rio: existem espaços delimitados
para isso nas áreas de acampamento;
• Esteja preparado para as adversidades em
caso de acidentes ou incidentes: leve sempre
um celular em condições de funcionamento
e acione o corpo de bombeiros (193) em caso
de emergência;
• O Parque não possui serviço
de resgate. Não se arrisque!
• Caso você não tenha experiência,
não se arrisque sozinho: contrate um
condutor de visitantes para auxiliá-lo
e enriqueça sua experiência aprendendo
mais sobre a biodiversidade, geografia e culturas
regionais.
LEMBRE-SE, VOCÊ É RESPONSÁVEL
PELA SUA SEGURANÇA!
DADOS SOBRE O PARQUE, A
FLORA E A FAUNA DA REGIÃO
O parque
O Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros é uma unidade de conservação
federal de proteção integral.
Foi criado por decreto presidencial em 1961
e possui uma área total de 64.795,37
hectares, abrigando as várias fitosionomias
do cerrado.
Seu objetivo básico
é a preservação de ecossistemas
naturais de grande relevância ecológica
e beleza cênica, possibilitando a realização
de pesquisas científicas e desenvolvimento
de atividades de educação
e interpretação ambiental,
de recreação em contato
com a natureza e de ecoturismo.
A flora
Aproveite a travessia para
conhecer as diversas fisionomias do cerrado,
segunda maior formação vegetacional
brasileira, menor apenas que a Floresta
Amazônica.
É possível conhecer o cerrado
stricto sensu, caracterizado por uma cobertura
arbórea entre 10% e 60%, com árvores
lenhosas com altura variando entre 3 e 5 metros;
matas de galeria, com árvores altas
que acompanham os corpos d'água; áreas
de veredas, com palmeiras como o buriti, cercadas
pelo campo úmido; áreas
de formações campestres do cerrado
e cerrado rupestre, onde a vegetação
se molda com as rochas expostas.
O cerrado é um bioma moldado em condições
severas, como seca prolongada, solo com poucos
nutrientes e o fogo. De sua resistência
a essas condições, impressiona
a beleza minimalista de suas flores.
Fique atento aos detalhes.
A fauna
O cerrado conta com 196
espécies de mamíferos,
837 de aves, 184 de répteis e
113 de anfíbios, 1,2 mil de peixes
e mais de 90 mil espécies de insetos.
Um terço da biodiversidade brasileira
está nesse bioma. Durante os passeios
no parque, nas trilhas e nas regiões
do entorno existe a possibilidade de se observar
bichos como o lobo-guará,
o veado campeiro, o tamanduá-bandeira,
emas, seriemas, araras, papagaios e periquitos,
todos livres na natureza.