Notícia - 10 - jun
– 2013 - Relatório da IEA mostra que
as emissões globais de gases estufa
aumentaram 1,4% em
2012. Governos de todo o mundo precisarão
tomar duras medidas e investir pesado em eficiência
energética e em energias renováveis.
O mais recente relatório da Agência
Internacional de Energia (IEA), Redrawing
the Energy-Climate Map (em português,
“Redesenhando o mapa do clima e da energia”),
aponta que é possível manter
o aquecimento global no patamar de "apenas"
2oC acima do registrado antes da Revolução
Industrial. Em 2012, as emissões globais
de gases estufa aumentaram em 1,4% e a necessidade
de diminuí-las coloca um bode na sala:
exige duras medidas por parte dos governos
e investimentos pesados em eficiência
energética e em energias renováveis.
E o Brasil deixa a desejar em ambos.
Segundo a agência,
para minimizar os danos futuros são
necessárias medidas urgentes - e energia
é o tema-chave do controle do aquecimento
global. O setor é responsável
por cerca de dois terços das emissões
mundiais de gases-estufa, uma vez que mais
de 80% do consumo global de energia é
baseado em combustíveis fósseis.
Em maio, os níveis
de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera
ultrapassaram 400 ppm (partes por milhão)
pela primeira vez em milênios. A ciência
mostra como o clima está mudando, e
indica que devemos nos preparar para eventos
climáticos extremos, como tempestades
e ondas de calor, com mais frequência
e intensidade, se não mudarmos a forma
de gerar energia.
O Brasil vai na contramão
da discussão levantada pela agência.
Um exemplo é a promessa, para os próximos
meses, de um leilão de energia no qual
concorrerão usinas de carvão
pela primeira vez em três anos. E isso
quando todo o potencial em renováveis,
especialmente solar, biomassa e eólica,
mal começou a ser explorado no país.
Não é à toa que o setor
de energia no Brasil apresentou um crescimento
nas emissões de gases-estufa de 21,5%
entre 2005 e 2010.
O Brasil precisa seguir
práticas mais limpas de produção
de energia, com mais leilões de fontes
renováveis, e mais programas de eficiência
energética. Cerca de 10% dos 430 TWh
(terawatt-hora) consumidos no país
a cada ano são desperdiçados,
representando a polpuda soma de R$ 15 bi.
Trabalhar com energias renováveis
e eficiência não apenas é
necessário como também possível
em um país que tem um enorme potencial
em sol, vento e biomassa ainda pouco aproveitado.
“São oportunidades de desenvolvimento
tecnológico, criação
de empregos verdes e de crescimento sustentável
para o país que é uma das maiores
potências econômicas mundiais”,
afirma Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha
de Clima e Energia do Greenpeace.
Alcançar a meta proposta
pela Agência Internacional de Energia
não é apenas uma necessidade
ambiental mas também econômica.
"O mundo opta por economizar US$ 1,5
trilhão em investimentos de baixo carbono
argumentando que é um valor muito elevado,
mas após 2020 serão necessários
mais US$ 5 trilhões em investimentos
adicionais para tentar reverter a situação",
explica Baitelo.