Brasília (19/06/2013)
– O Núcleo de Pesquisa e Conservação
de Cervídeos (Nupecce), da Universidade
Estadual Paulista (Unesp),
realiza estudo da população
de veados existente na Estação
Ecológica (Esec) Mata Preta, em Santa
Catarina. A Esec é administrada pelo
Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio).
O objetivo é determinar
a distribuição, a abundância
e a proporção sexual da população
do veado-mão-curta, também chamado
de veado-bororó-do-sul (Mazama nana),
no interior da unidade de conservação.
Para isso, os pesquisadores utilizam o método
da amostragem genética não invasiva.
Além do veado-mão-curta,
a pesquisa já indicou que a Esec Mata
Preta possui populações de duas
outras espécies de cervídeos:
o veado-vermelho ou veado-mateiro (Mazama
americana) e o veado-virá ou veado-catingueiro
(Mazama guazoubira).
As informações
produzidas pelos pesquisadores vão
auxiliar a equipe de gestão da estação
ecológica na definição
de estratégias para a conservação
da biodiversidade nos três fragmentos
de floresta ombrófila mista remanescentes
no oeste de Santa Catarina. A pesquisa conta
com o apoio da empresa Madepar S.A. Madeiras
do Paraná.
Menor
O veado-mão-curta
é a menor espécie do gênero,
com cerca de 15 quilos e cerca de 50 cm de
altura. Pouco conhecida pela ciência,
vive em florestas, principalmente no sul do
Brasil, onde a exploração madeireira
e a abertura de áreas para agricultura
reduziram seu habitat.
A espécie consta
na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas
de Extinção no Brasil e foi
classificada como vulnerável pela União
Internacional para a Conservação
da Natureza (IUCN, sigla em inglês).
Na pesquisa, são
coletadas e analisadas amostras de fezes das
quais é extraído DNA, o que
permite identificar a espécie e obter
informações sobre cada indivíduo
em particular.
Etapas
Na primeira fase do projeto,
em 2012, o pesquisador Márcio Leite
de Oliveira e sua equipe coletaram as primeiras
amostras e verificaram a ocorrência
de três espécies de veados na
Esec, usando a metodologia da análise
do DNA. Nessa fase, foram definidas as melhores
áreas para coleta de amostras.
Na segunda fase do projeto,
foi definido um grid com sete trajetos de
dois quilômetros, para a coleta de fezes
em duas expedições. No campo,
a equipe de pesquisadores vai acompanhada
da cadela "Granada", de propriedade
do Nupecce, especialmente preparada e treinada
para localizar fezes de cervídeos.
A primeira campanha
(expedição de campo) do projeto
ocorreu entre maio e junho de 2012. Foram
coletadas cerca de 70 amostras, posteriormente
encaminhadas para as análises no laboratório.
A próxima expedição deverá
ocorrer no mês de julho.