28/08/2013 - 15h56
Meio Ambiente
Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O
Brasil deve atingir antes do fim do prazo
a meta de reduzir em 84% o desmatamento, principal
fonte das emissões de gases de efeito
estufa no país, disse hoje (28) o secretário
nacional de Mudanças Climáticas
e Qualidade Ambiental, Carlos Klink. Sem informar
ano exato, ele disse que o país chegará
antes de 2020 a um patamar inferior a 4 mil
quilômetros desmatados por ano, compromisso
estabelecido na Conferência do Clima
de Copenhague, em 2009.
"No ano passado, já
chegamos a 4,5 mil quilômetros quadrados
de desmatamento. Temos que atingir 4 mil e
manter, que é muito importante. Mas
nossa meta continua sendo a de nos reportarmos
às Nações Unidas em 2020",
declarou Klink, que participou da abertura
do 7º Fórum Latino-Americano de
Carbono.
De acordo com Klink, a queda
do desmatamento corresponde a 60% da redução
de emissões brasileiras, que precisam
cair entre 36% e 39% até 2020. Para
o secretário, o impacto também
será global. "Como um estudo que
saiu da Rio+20 aponta, vai haver um déficit
de emissões em 2020, e nós vamos
cobrir metade desse déficit com a nossa
redução. O Brasil está
dando uma contribuição global
e quer ser reconhecido e valorizado por isso".
Apesar disso, Klink reconhece
que em alguns setores vêm ocorrendo
aumento de emissões, que já
eram previstas. "Alguns setores cresceram
suas emissões, mas isso não
se compara às emissões reduzidas
no desmatamento. Isso não significa
que não tenhamos que prestar atenção
nisso. A agricultura e energia, principalmente,
são os que dão uma subidinha.
Por isso, temos planos setoriais específicos
para indústria, energia e principalmente
agricultura".
Em um ano em que as usinas
termelétricas foram a solução
para as condições climáticas
desfavoráveis às hidrelétricas
e em que usinas a carvão entraram com
peso nos leilões de geração
de eletricidade para os próximos anos,
o secretário não nega que essas
são preocupações e diz
que é preciso debater a questão
da energia com a sociedade. "Pelo lado
das emissões, é claro que isso
é uma preocupação, mas,
se a intenção é manter
uma matriz energética diversificada,
é um debate que o país tem que
fazer. Por um lado, não estamos permitindo
a construção de hidrelétricas,
e temos que oferecer energia".
Com redução
do desmatamento concentrada principalmente
na Amazônia, a secretaria trabalha agora
para lançar o monitoramento sistemático
do desmatamento no Cerrado. "Estamos
financiando com o Fundo da Amazônia
outros países da América Latina
para que façam o monitoramento com
tecnologia nossa. Estamos monitorando o Cerrado,
e lá o desmatamento também caiu,
mas estamos mais atrasados. A Caatinga também
tem preocupado, mas caminha para a redução",
disse, acrescentando que o uso da vegetação
como lenha e empreendimentos empresariais
são a principal ameaça ao último
bioma.