Brasília
(06/08/2013) – Dois projetos de pesquisa,
que tem como foco as aves silvestres no entorno
e interior do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange,
no Paraná, acabam de encerrar suas
atividades de campo. Os estudos vêm
sendo realizados desde outubro de 2012.
O primeiro projeto, "Levantamento
da avifauna em áreas com tipos distintos
de uso e em áreas íntegras do
Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange",
compara a avifauna em seis áreas com
diferentes tipos de impactos, próximas
ao limite leste do parque, entre 20 e 200
metros de altitude.
Na comparação,
são utilizados os métodos de
amostragem com redes de neblina (30 redes
armadas por cinco horas durante dois dias
em duas estações, em um total
de 3.600 hora/rede) e pontos de escuta (160
pontos de dez minutos considerando as aves
registradas em um raio de 25 m).
Durante quatro etapas de
campo, foram capturadas, anilhadas e, posteriormente,
soltas 2.087 indivíduos de 98 espécies
de aves. Além disso, foram registrados
e gravados cantos de cerca de 120 espécies
nos pontos de escuta.
O estudo, financiado pela
Diretoria de Pesquisa, Avaliação
e Monitoramento da Biodiversidade (Dibio),
do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), foi coordenado
pelo analista ambiental do parque Rodrigo
F. Torres e pelos professores e pesquisadores
da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Luiz Augusto Mestre (Setor Palotina), Luciana
Festti e Ricardo Krul (ambos do Centro de
Estudos do Mar).
Mudanças climáticas
O outro projeto, realizado
em conjunto com o primeiro estudo, investigou
a "Influência da paisagem antrópica
e das mudanças climáticas sobre
a saúde e biodiversidade da avifauna
na região do Parque Saint-Hilaire/Lange".
Ele foi coordenado pelo médico veterinário
José Carlos Roble Júnior.
A pesquisa analisa a saúde
das espécies sabiá-coleira (Turdus
albicollis), tiê-da-mata (Habia rubica),
flautim (Schiffornis virescens) e limpa-folha-coroado
(Philydor atricapillus).
A avaliação
física realizada nos animais consistiu
em um exame clínico, coleta de ectoparasitas
(carrapatos e piolhos) e coleta de sangue
para posterior identificação
de hemoparasitas.
Os dados coletados por José
Carlos vão subsidiar sua dissertação
de mestrado, que será defendida junto
ao Programa de Pós-Graduação
em Microbilogia, Parasitologia e Patologia
da UFPR.
Os dois estudos contaram
com a colaboração de voluntários,
e as informações levantadas
servirão como base para a elaboração
do plano de manejo do Parque Nacional Saint
Hilaire/Lange.
Comunicação ICMBio
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AVALIADAS 225 AVES DA MATA
ATLÂNTICA E AMAZÔNIA
Brasília (08/08/2013)
– O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação
de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto
Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), acaba de realizar
a Oficina de Avaliação do Estado
de Conservação das Aves da Mata
Atlântica e Amazônia. O evento
ocorreu na sede da Academia Nacional de Biodiversidade
(Acadebio), centro formação
profissional do ICMBio, em Iperó (SP),
e contou com a colaboração de
14 especialistas.
Com base nos critérios
e categorias da União Internacional
para a Conservação da Natureza
e dos Recursos Naturais (UICN), foram avaliados
255 táxons, entre espécies e
subespécies. Dois foram considerados
extintos (EX), um extinto na natureza (EW),
11 criticamente em perigo (CR), 24 em perigo
(EN), 31 vulneráveis (VU), oito quase
ameaçados (NT), 172 menos preocupante
(LC), dois com dados insuficientes (DD) e
quatro como não aplicável (NA).
No trabalho de preservação
das espécies, são consideradas
as condições e os locais em
que os animais se encontram e as situações
de ameaça que os afetam. De acordo
com a analista ambiental Priscilla Prudente
do Amaral, que participou da oficina das aves
da Mata Atlântica e Amazônia,
a avaliação do estado de conservação
de cada espécie é realizada
com base no conhecimento atual sobre distribuição,
tamanho populacional e ameaças reais
ou potenciais à sobrevivência.
São identificadas, principalmente,
as prioridades de conservação
frente ao estado de conservação
de cada espécie.