19/03/2014 13h34 Brasília
- Andreia Verdélio - Repórter
da Agência Brasil Edição:
Denise Griesinger - A ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, disse hoje (19) que a Agência
Nacional de Águas
(ANA) está estudando a possibilidade
de captar água do Rio Paraíba
do Sul para abastecer o Sistema Cantareira.
O nível do manancial chegou à
menor marca de sua história, 14,9%
da capacidade total.
O Cantareira é o
maior reservatório de água de
São Paulo e abastece quase 9 milhões
de pessoas na região metropolitana.
A situação é a pior desde
que o sistema foi criado, na década
de 1970.
Rios de São Paulo,
Minas Gerais e do Rio de Janeiro fazem parte
da bacia do Rio Paraíba do Sul, que
é a principal fonte de captação
de água para a região metropolitana
do Rio de Janeiro e de algumas cidades paulistas
da região.
Alguns reservatórios
de hidrelétricas da Companhia Energética
de São Paulo (Cesp) regulam a vazão
do rio e é deles que o governo de São
Paulo estuda captar água para o Cantareira.
“O governador pediu que nós, do governo
federal, avaliássemos tecnicamente
essa proposta, quanto ao impacto e à
energia gerada. E também fazer a interlocução
técnica com Minas Gerais e Rio de Janeiro”,
disse a ministra Izabella, sobre a reunião
que teve ontem com a presidenta Dilma Rousseff
e o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin.
Segundo a ministra, a proposta
faz parte de um plano do governo do estado
para segurança de recursos hídricos
para a macrometrópole de São
Paulo. “Ele fez uma avaliação
com a presidenta e mostrou a estratégia
de trabalho. É uma obra que, no planejamento
deles, levaria de 12 a 14 meses para ser feita,
então foi uma reunião de exposição
sobre como São Paulo está olhando,
estrategicamente, pós-2014”, disse
a ministra.
A ministra explicou que
a situação de São Paulo
é grave e ocorre por causa de um regime
de chuvas com baixíssimas precipitações.
"Isso fez com que o nível da água
no reservatório do Cantareira experimente
os menores níveis da sua história,
abaixo inclusive do que registrou na pior
seca, de 1953”, ressaltou.
Ela explica ainda que a
estratégia do governo do estado de
São Paulo, responsável pela
operação do sistema, é
prolongar ao máximo a vida útil
do reservatório no período chuvoso,
até meados de abril, e com isso controlar
a situação de 2014, até
que as chuvas recomessem no final do ano.
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Rio diz que segurança
hídrica do estado depende do Paraíba
do Sul
20/03/2014 11h26 Rio de
Janeiro - Vitor Abdala - Repórter da
Agência Brasil Edição:
Denise Griesinger
A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de
Janeiro informou, por meio de nota, que a
transposição de águas
do Rio Paraíba do Sul em São
Paulo poderia comprometer a segurança
hídrica fluminense. De acordo com a
nota, o Rio é “fortemente dependente
da Bacia do Rio Paraíba do Sul, responsável
pelo abastecimento de mais de 11 milhões
de habitantes e pela sustentação
de parcela expressiva da atividade econômica
do Estado”.
A nota foi divulgada em
resposta à intenção do
governo de São Paulo de interligar
a Bacia do Rio Paraíba do Sul, que
nasce em São Paulo, com o Sistema Cantareira,
que abastece a Grande São Paulo e que,
pela escassez de chuvas, registra os piores
níveis dos últimos 40 anos.
Para fazer a interligação,
no entanto, é preciso aprovação
da Agência Nacional de Águas
(ANA) e da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), já que o Paraíba
do Sul corta três estados (Rio de Janeiro,
São Paulo e Minas Gerais).
Estudos preliminares da
Secretaria de Ambiente do Rio apontam que
a disponibilidade de água na Bacia
do Paraíba do Sul já apresenta
problemas no período de estiagem. “Em
Santa Cecília (ponto de captação
da água para o Rio Guandu e região
metropolitana do Rio), a regra em vigor determina
vazão mínima de 250 metros cúbicos
por segundo (m3/s) que, pela falta de água,
já não é atendida em
8% do tempo (período de estiagem)”,
informa a nota.
A Secretaria diz ainda que
"é fundamental um aprofundamento
técnico sobre o verdadeiro impacto
no território fluminense. A preocupação
do Governo do Estado do Rio é com a
garantia de água para hoje e para as
próximas gerações”.