07/04/2014 - O novo estudo
utiliza dados reais de quilometragem percorrida
que deverão servir de base para novos
inventários de emissões veiculares
Os automóveis “flex” da cidade de São
Paulo percorrem, em média, cerca de
15 mil quilômetros por ano, os caminhões
mais novos, por volta de 45 mil quilômetros
anuais, e os ônibus urbanos, em torno
de 60 mil quilômetros. Estas informações,
extremamente relevantes para o cálculo
de inventários de emissões veiculares
ou outras análises que utilizem a rodagem
dos veículos, são exemplos de
dados que podem ser extraídos do mais
recente estudo produzido e disponibilizado
pela CETESB, o relatório “Curvas de
intensidade de uso por tipo de veículo
automotor da frota da cidade de São
Paulo” (http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/ar/emissoes/curvas-intensidade-uso-veiculos-automotores-cidade-sao-paulo.pdf).
O objetivo do presente estudo foi de ajustar
curvas de intensidade de uso da frota inspecionada
na cidade de São Paulo e avaliar sua
adequação para emprego nas estimativas
das emissões do inventário estadual
de emissões veiculares. Em 2012, a
frota da capital correspondia a 31,5% da frota
do Estado. Os dados que serviram de base para
o estudo foram cedidos pela prefeitura municipal.
Eles foram levantados através do Programa
de Inspeção e Manutenção
da Cidade de São Paulo, nos exercícios
de 2010 e 2011. Os dados de quilometragem
efetivamente percorrida foram levantados com
base na observação do hodômetro
em dois exercícios consecutivos, para
o mesmo veículo. São, portanto,
dados reais de quilometragem percorrida por
ano e não estimativas.
As quantidades de veículos pesquisados
foram: 1.670.802 automóveis e derivados,
39.175 utilitários do ciclo Otto, 33.375
veículos diesel e 121.367 motociclos
e similares. Números bastante representativos
para a finalidade pretendida de ajuste de
curvas de intensidade de uso em função
da idade do veículo. O percentual de
automóveis cobertos pelo ajuste foi
superior a 98%, para todas as categorias e
combustíveis dos veículos do
ciclo Otto; para os veículos do ciclo
diesel e motos, em menor número, esse
percentual foi igual a 95%.
Os ajustes finais obtidos no processo de modelagem
foram todos significativos, seja pela representatividade
(número de dados), seja pela qualidade
do ajuste. As curvas de intensidade de uso
obtidas por categoria e combustível
foram comparadas com aquelas adotadas pelo
Ministério do Meio Ambiente e também
com as respectivas curvas ajustadas pelo total
de combustível comercializado no Estado.
Diferenças significativas foram observadas
seja com a curva original, seja com a ajustada.
Esse fato, associado à representatividade
e qualidade dos dados utilizados para levantamento
da intensidade de uso leva a propor o emprego
das mesmas para compor as estimativas do inventário
de emissões veiculares do Estado de
São Paulo.
Considerando os automóveis e derivados
do ciclo Otto, a curva obtida no estudo, praticamente
se elimina a necessidade do ajuste na intensidade
de uso pelo consumo de combustível
do estado. Recomenda-se, ainda, que o próprio
Grupo de Trabalho do Ministério do
Meio Ambiente avalie a possibilidade de emprego
dessas curvas, por constituírem hoje
as melhores estimativas disponíveis.