Talha-mar (Rynchops niger)
 
 
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Aves podem usar mapas magnéticos para fazer as migrações
Pesquisa indica que esses mapas podem cobrir todo o planeta
 

11/03/2021 – Ano após ano, bilhões de aves canoras migram por milhares de quilômetros entre a Europa e a África, para se reproduzirem sempre nos mesmos lugares escolhidos em suas primeiras jornadas.

A extraordinária capacidade de precisão na navegação dessas aves que viajam pelos mais difíceis ambientes como mares revoltos, grandes desertos e climas extremos, sempre foi um enigma do comportamento dessas pequenas aves canoras.


Reprodução/Pixabay

Rouxinol-pequeno-dos-caniços.



Já era sabido que as aves que sofrem com a ação de ventos e acabam se deslocando de suas rotas migratórias originais conseguem retornar ao curso correto, naqueles casos onde essas viagens já tenham sido realizadas. O que significa uma habilidade de navegação dessas aves. Em que algumas são elaboradas a partir do senso de direção da bússola, que abrange um mecanismo para encontrar o caminho de volta para casa, apesar de nunca terem passado por essas regiões.

Um novo estudo com o rouxinol-pequeno-dos-caniços (Eurasian reed warbler) revela que essa extraordinária capacidade envolve um “mapa magnético”, que se assemelha com o sistema de coordenadas humano. A pesquisa conseguiu verificar que as aves podem entender o campo magnético de regiões a milhares de quilômetros em áreas que nunca estiveram, como se tivessem um aparelho de GPS, que os ajudam a retornar para casa de qualquer parte do planeta.

Os cientistas já sabiam que as aves desenvolvem uma espécie de mapa de navegação que os auxiliam nessas migrações. Apesar disso, ainda é uma dúvida de como eles conseguem realizar essa façanha. Pesquisadores já sugeriram muitas teorias como odores e variações na gravidade.


Reprodução/Pixabay

Rouxinol-pequeno-dos-caniços.



Contudo, agora um conjunto de evidências sugere que o campo magnético da Terra seja a solução mais provável para que essas aves consigam migrar por longas distancias. Criando uma espécie de grade com linhas norte-sul e leste-oeste.

Segundos os pesquisadores, isso ocorre em função da intensidade magnética, a inclinação magnética e a superfície do planeta que vão de norte a sul. A declinação magnética, que é diferença entre a direção do polo norte magnético e o polo norte geográfico, resulta o eixo leste-oeste.

Apesar dos pesquisadores concordarem que algumas aves podem navegar por meio do campo magnético da Terra, eles não puderam afirmar de forma precisa qual dispositivo sensorial as aves usam para identificar esses parâmetros. Contudo, se as aves conseguiram aprender que a intensidade magnética se amplia conforme se aproximam do norte, elas podem ser capazes de determinar sua posição no eixo norte-sul, independente de onde estejam. Com base nessas descobertas, os pesquisadores teorizam sobre como essas aves podem calcular sua posição e se preciso corrigir seu rumo.


Reprodução/Pixabay

 



Para os pesquisadores, as aves navegam utilizando um sistema parecido com as nossas coordenadas cartesianas, com base na navegação moderna, através do sistema de GPS. Se essa teoria se confirmar, isso significa que as aves podem ser capazes de identificar os parâmetros do campo magnético e determinar sua localização em qualquer parte do planeta.

Entretanto, até o momento não existem evidências contundentes que comprovem essa tese. Esse novo estudo com rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus), é segundo os pesquisadores, o primeiro a apresentar provas claras que as aves podem usar esses parâmetros na migração.

Para comprovar a tese, os pesquisadores utilizaram uma técnica conhecida como “deslocamento virtual”. Observando o comportamento de orientação das aves, quando colocadas em uma pequena gaiola conhecida como “funil de Emlen”. Segundo os cientistas, quando uma ave voa na gaiola ela deixa rastros na direção para qual está seguindo.


Reprodução/Pixabay

 



Ao analisar os dados, os pesquisadores perceberam que essa direção era a mesma usada na migração. Para compreender se as aves faziam seu curso desde a decolagem usando campos magnéticos, os pesquisadores colocaram os funis de Emlen dentro de uma “bobina de Helmholtz”, um dispositivo que é capaz de alterar a natureza do campo magnético, no entorno da ave. Com essa técnica, os cientistas conseguiram criar um deslocamento virtual.

Mas os pesquisadores salientam que essa tese para o rouxinol-pequeno-dos-caniços, não necessariamente se aplica a outras aves canoras migratórias, que podem ter outros sistemas de navegação. Sabemos que aves marinhas, por exemplo, precisam de referências olfativas para navegação, afirmam.

Os cientistas acreditam estarem mais próximos para desvendar o enigma de como as aves migram utilizando pistas magnéticas. Contudo, as evidências comportamentais nos levam a destacar o campo magnético da Terra como ponto principal desse comportamento das aves.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações do The Conversation e agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
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