Países
estão atrasados no investimento necessário
para universalizar água e saneamento
Publicado em 20/03/2018
Atualizado em 20/03/2018 - Os países estão
atrasados nos investimentos em infraestrutura necessários
para atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) número 6 até 2030, que prevê assegurar
a disponibilidade e gestão sustentável da
água e saneamento para todas e todos.
A opinião é
de Csaba Korosi, diretor de sustentabilidade ambiental do
gabinete do presidente da Hungria, que faz parte de um painel
de 11 chefes de Estado e um assessor especial convocado
pelo secretário-geral da ONU e pelo Banco Mundial
para discutir soluções para a gestão
da água.
Segundo Korosi, o mundo
precisa duplicar os investimentos em infraestrutura de água
nos próximos cinco anos para atingir o ODS 6, em
um montante anual de ao menos 600 bilhões de dólares.
Csaba Korosi é diretor
de sustentabilidade ambiental do gabinete do presidente
da Hungria, que faz parte de um painel de 11 chefes de Estado
e um assessor especial convocado pelo secretário-geral
da ONU e pelo Banco Mundial para discutir soluções
para a gestão da água.
Os países estão
atrasados nos investimentos em infraestrutura necessários
para atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) número 6 até 2030, que prevê assegurar
a disponibilidade e gestão sustentável da
água e saneamento para todas e todos.
A opinião é
de Csaba Korosi, diretor de sustentabilidade ambiental do
gabinete do presidente da Hungria, que faz parte de um painel
de 11 chefes de Estado e um assessor especial convocado
pelo secretário-geral da ONU e pelo Banco Mundial
para discutir soluções para a gestão
da água.
Segundo Korosi, o mundo
precisa duplicar os investimentos em infraestrutura de água
nos próximos cinco anos para atingir o ODS 6, em
um montante anual de ao menos 600 bilhões de dólares.
“Investimentos em
infraestrutura da água estão bem atrás
do que deveriam estar para atingir a segurança hídrica
até 2030”, declarou ele nesta terça-feira
(20), durante painel no Fórum Mundial da Água,
que ocorre até sexta-feira (23), em Brasília
(DF).
“Comparado a outros
setores de infraestrutura, a água ficou bem atrás
nos últimos 30 a 40 anos. Acumulamos muitas dívidas
em termos de infraestrutura para o desenvolvimento, não
apenas nos países emergentes, em todos os países.
Não há um país do mundo onde houve
investimento apropriado e suficiente”, afirmou.
“Temos que garantir
que o setor de água se torne atraente e eficiente
o suficiente para receber os investimentos, a inovação,
a tecnologia e para servir a população.”
Na semana passada, o painel
divulgou um relatório no qual pede uma “mudança
fundamental” na forma como o mundo administra a água.
De acordo com o documento, 40% das pessoas em todo o mundo
estão sendo afetadas pela escassez de água.
Se o problema não for solucionado, cerca de 700 milhões
de pessoas poderão ser forçadas a se deslocar
em busca de água até 2030.
O painel de chefes de Estado
fez mais de 60 recomendações para orientar
as políticas públicas dos países. O
documento defendeu a priorização das soluções
de infraestrutura hídrica baseadas na natureza. “Essas
solução são mais eficientes e melhores
para o meio ambiente e o orçamento”, declarou
o representante da Hungria.
Em entrevista ao Centro
de Informação das Nações Unidas
para o Brasil (UNIC Rio) após sua apresentação,
Korosi disse que a comunidade internacional precisa unir
esforços para a construção de um “mapa
do caminho, um plano de ação” para a
água, e que o relatório do painel é
apenas o primeiro passo nesse sentido.
“Não há
panaceia, não há uma só solução
para uma crise global. Ainda estamos na posição
de fazer dar certo. Mas a janela de oportunidade está
se fechando.”
Ele não exclui a
possibilidade de se criar um pacto global sobre a água,
semelhante ao que a comunidade internacional adotou para
as mudanças climáticas. No entanto, vê
tal acordo como uma meta de longo prazo. “Seria muito
bom, mas não tenho certeza de que seja algo a ser
alcançado em dois ou três anos. Talvez, mais
urgente seria garantir que existam estratégias nacionais
para colocar a água no caminho certo”, declarou.
Na abertura do Fórum
Mundial da Água, na segunda-feira (19), o presidente
da Hungria, János Áder, afirmou que a “água
é questão de vida ou morte” e que a
escassez desse recurso não é mais um problema
do futuro, mas do presente. Segundo ele, muitos dos demais
objetivos globais dependem da universalização
do acesso à água e ao saneamento.
“Precisamos utilizar
menos água per capta, menos água na agricultura.
Enquanto isso, a mudança climática ainda nos
trará muitas surpresas. O drama hídrico se
desdobra à nossa frente”, declarou no discurso,
lembrando que enquanto algumas regiões sofrem com
as secas, outras enfrentam enchentes e muitas a poluição
dos recursos hídricos.
Organizado a cada três
anos, o Fórum Mundial da Água é o principal
encontro global em que a comunidade de profissionais do
setor hídrico e os formuladores de políticas
trabalham para estabelecer os planos de ação
de longo prazo sobre os desafios relacionados à água.
Com mais de 150 países representados, o fórum
visa aumentar a conscientização e reforçar
o compromisso político com relação
ao uso e à gestão da água.
Além do Dia Mundial
da Água, celebrado em 22 de março, este ano
acontece a abertura da Década Internacional de Ação
“Água para o Desenvolvimento Sustentável”
(22 de março de 2018 a 22 de março de 2028).
A Década visa fortalecer a cooperação
e a mobilização internacionais, a fim de contribuir
para a realização dos ODS.