Dilma diz que países ricos querem se igualar a emergentes na conferência do clima

16/12/2009 – A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, chefe da delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague, afirmou que os países ricos desejam dividir em fatias praticamente idênticas os subsídios de países ricos e de nações em desenvolvimento para o fundo de combate ao aquecimento global.

Dilma informou que os países ricos tentam acatar uma proposta que fixa a participação dos emergentes em 20% do total dos recursos e a das nações desenvolvidas, em 25%, o restante da parcela seria preenchido com dinheiro privado. A sugestão, que contribui ainda mais o impasse na conferência, é rechaçada pela China, Índia e África do Sul, além do Brasil.

"Somos a favor de compromissos comuns, mas diferenciados. Esses países têm 200 anos de desenvolvimento e de acúmulo de riqueza, por isso não concordamos", afirmou Dilma. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, complementou: "Daqui a pouco, os Estados Unidos vão dizer que são um país em desenvolvimento."

Segundo a ministra da Casa Civil, de acordo com estudo encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) tal fundo deve receber entre US$ 200 bilhões e US$ 210 bilhões em 2030. Esse seria o valor anual quando ele estivesse em pleno funcionamento.

De acordo com a ministra, desses recursos, 46% (entre US$ 92 bilhões e US$ 97 bilhões) financiariam medidas para frear as emissões futuras de dióxido de carbono (CO2) nos países em desenvolvimento. O restante (entre US$ 120 bilhões e US$ 164 bilhões) seria destinado aos países pobres, para proposição de medidas de adaptação às mudanças climáticas.

O acordo voluntário do Brasil de reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 39,8% até 2020 tem um custo estimado de US$ 166 bilhões nos próximos dez anos, informou Dilma. A diminuição do desmatamento na Amazônia em 80% até 2020 custaria US$ 20 bilhões desse total, segundo ela, e somente neste caso o país necessita de dinheiro internacional a fundo perdido.

Da Redação
Com G1/Reuters

 
 
 
 

 

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