Copenhague
resultou apenas em ‘carta de intenções’,
admite ONU
20/12/09
- A 15º Conferência da ONU sobre Mudança
Climática foi encerrada neste sábado (19),
em Copenhague. Porém o resultado deixou a desejar,
ao contrário do que se esperava o único documento
elaborado nas negociações foi uma carta de
intenções, sem valor legal. De acordo com
Yvo de Boer, secretário-executivo do encontro, agora
é preciso trabalhar para transformá-la em
“algo real, mensurável e verificável’.
O
chamado "Acordo de Copenhague" foi aprovado no
sábado com relutância e sem unanimidade, como
exige o procedimento das Nações Unidas, pois
a organização aceita apenas decisões
por unanimidade, a oposição de apenas um país
já seria suficiente para inviabilizar um acordo em
Copenhague.
O
acordo prevê ações para a manutenção
do aumento da temperatura global a 2ºC. Por outro lado,
não prevê qualquer redução de
emissões dos gases que provocam o efeito estufa para
que isso seja possível.
O
documento foi elaborado durante um encontro entre os representantes
dos Estados Unidos e os países do chamado BASIC –
Brasil, África do Sul, Índia e China –
por esta razão o texto não foi reconhecido
por representantes de diversas nações, como
Sudão, Bolívia, Venezuela, Nicarágua
e outras.
O
próprio secretário-executivo da convenção
do clima da ONU, Yvo de Boer, admitiu que o acordo ficou
aquém das expectativas. "Temos que ser honestos
sobre o que temos. O mundo sai de Copenhague com um acordo.
Mas claramente as ambições precisam subir
significativamente se queremos manter o mundo a 2ºC",
afirmou.
Já
o secretário-geral das Nações Unidas,
Ban Ki-Moon está otimista e saudou o acordo como
“um começo importante”. Ban também
ressaltou, porém, que o acordo precisa ser transformado
em um tratado com valor legal no próximo ano. “Sem
um acordo definitivo para combater a mudança do clima
no planeta, serão necessárias novas negociações
em 2010 para que uma nova estratégia global possa
ser discutida”, disse. E complementou "Vamos
tentar chegar a um acordo obrigatório com valor legal
até a COP 16, no México".
Da
Redação
Com G1