Cerca de 25% do documento final da Rio+20 estão fechados, diz diretor da ONU
 

13/06/2012 - 12h24 - Meio Ambiente Rio+20 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O diretor do Centro de Informações da ONU para o Brasil, Giancarlo Summa, confirmou hoje (13), em entrevista à Agência Brasil, que cerca de 25% do documento final da Rio+20 estão fechados.

Segundo ele, alguns pontos podem ser concluídos até o dia 15, antes dos debates oficiais, mas outros dependerão de uma negociação mais complicada. “Tem pontos em que a pendência é acertar um adjetivo ou uma vírgula, mais simples, e outros, mais complicados porque têm questões políticas envolvidas”, afirmou, sem dar exemplos.

A primeira coletiva de imprensa sobre o documento final da Rio+20 é esperada para a tarde de hoje (13). O secretário-geral do evento, o diplomata chinês Sha Zukang, vai falar às 13h sobre a evolução das negociações do texto, que tem cerca de 400 pontos.

Também está prevista para hoje uma coletiva de imprensa sobre a logística da conferência, que se estenderá até o dia 22 de junho.

Sobre o documento final da ONU, os negociadores concluíram, no início do mês, a última rodada de conversas preparatórias, em Nova York. A reunião foi incluída no calendário para que os negociadores tivessem tempo de acertar divergências antes de chegar ao Rio de Janeiro.

São esperados para a conferência sobre o desenvolvimento sustentável representantes de mais de 180 países. Paralelamente, cerca de 2 mil eventos organizados pela sociedade civil, empresários, governos e especialistas ocorrem pela cidade.

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Integração da Amazônia requer soluções geradas na própria região, diz pesquisador

13/06/2012 - 8h01 - Meio Ambiente Rio+20 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val, disse que não existe um modelo único para o desenvolvimento sustentável da região. Ele participa hoje (13) da sessão Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia: Uma Perspectiva Brasileira, que será promovida pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) no fórum sobre desenvolvimento sustentável que ocorre até o próximo dia 15 na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC/RJ). O evento é preparatório à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que começa hoje e vai até o dia 22.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor do Inpa, que é também integrante da ABC, disse que a Amazônia é uma região “extremamente complexa”, com várias vertentes que se distribuem por toda a área e demandam abordagens distintas. Por isso, ele explicou ser difícil apontar uma única solução para a integração da região ao desenvolvimento nacional.

Val defendeu a necessidade de soluções variadas, adequadas a cada uma das questões que se apresentam. Ele citou um ponto que considera fundamental nesse contexto - “não há como falar em sustentabilidade, em desenvolvimento sustentável, em conservação ambiental, em economia verde, sem ciência e tecnologia”.

O diretor observou, entretanto, que no caso da Amazônia, a ciência e a tecnologia não podem ser importadas. Isso significa que elas precisam ser desenvolvidas “na região e para a região”. Para ele, esse é o principal gargalo para o desenvolvimento regional.

“Se a gente quiser diminuir os conflitos na região e aumentar o processo de inclusão social e de geração de renda, precisa, na realidade, da utilização, cada vez maior, de produtos sustentáveis a partir do coração da floresta. São novos produtos, novos processos, gerados a partir do conhecimento que se tem da floresta”, reiterou.

Para que isso ocorra, ele lembrou que o país precisa de ciência robusta e também de educação a fim de preparar a sociedade para absorver essas informações. O processo inclui a valorização da cultura e dos saberes tradicionais locais.

Adalberto Val assegurou que “não dá para desenvolver de fora e levar para lá (Amazônia)”. Na sua opinião, a ciência é uma atividade social, com fins sociais. “Portanto, ela precisa respeitar as características sociais e culturais da região”.

O ponto de partida para a discussão no fórum será o conceito apresentado na publicação Amazônia: Desafio Brasileiro do Século 21 – A Necessidade de Uma Revolução Científica e Tecnológica, elaborado pela ABC. O documento sugere novo paradigma para o desenvolvimento sustentável na região.

Deverão participar também da sessão os acadêmicos da ABC Bertha Becker, geógrafa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, além do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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