Apenas 28% do texto final da Rio+20 estão concluídos, diz representante da ONU
 

15/06/2012 - 14h00 - Meio Ambiente Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves - Enviadas especiais - Rio de Janeiro – No segundo dia de debates, apenas 28% do texto final referente às negociações da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, obtiveram consenso. A informação é do diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável, Assuntos Econômicos e Sociais da Rio+20, Nikhil Seth. Mas, segundo ele, o clima de otimismo predomina nos grupos setoriais. De acordo com o diretor, o principal inimigo das negociações é o tempo.

“Há um sentido de urgência, mas há também um certo otimismo cuidadoso, mas o tempo não está a nosso favor. Vinte e oito por cento [do texto final] foram concluídos. Mas isso não reflete o que ocorre nas reuniões, pois há vários pacotes que estão em negociação”, destacou Seth.

As reuniões setoriais envolvendo os temas pendentes, como os que tratam de tecnologias limpas, capacitação de profissionais para a execução de programas relacionados ao desenvolvimento sustentável, além da possibilidade de fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da criação de um fundo, devem terminar oficialmente às 23h de hoje (15).

Todas as discussões serão retomadas em uma segunda etapa das reuniões, quando o Brasil assume oficialmente a presidência da Rio+20. “Ao conversar com os moderadores [responsáveis pelas discussões em cada grupo], vejo que há grande disposição e vontade política. O grande problema é o tempo”, reiterou Seth.

Há numerosas divergências, que cercam principalmente os negociadores dos países em desenvolvimento e os desenvolvidos, nos temas em discussão nas reuniões setoriais. Os negociadores passaram a noite de ontem (14) até a madrugada de hoje em busca de consenso. As reuniões foram retomadas no começo desta manhã e só serão concluídas tarde da noite de hoje.

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Na Rio+20, estrangeiros criam mundo à parte

15/06/2012 - 6h20 - Internacional Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves - Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – Durante dez dias, o Rio de Janeiro será um pequeno mundo à parte, no qual há estrangeiros vestidos com seus trajes típicos, falando os mais diferentes idiomas e mantendo seus hábitos culturais. É a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Só para a cobertura de imprensa, 3 mil jornalistas estão credenciados para o evento. No pavilhão da alimentação no Riocentro, local destinado às discussões políticas, os estrangeiros se reúnem e elogiam a forma como são tratados pelos brasileiros.

A delegação do Sri Lanka, com 13 pessoas, costuma se reunir na hora das refeições. Segundo os jornalistas, é uma maneira para manter os assuntos em dia e trocar impressões. Nilanthi Sugathadasa, do Sri Lanka, disse estar otimista em relação às negociações na Rio+20. Também elogiou as belezas naturais do Rio. “A cidade é linda e estão nos dando um ótimo suporte. Está muito bom”, disse ela.

O norte-americano Peter Haztewood lembrou que as negociações ainda estão “só no começo”, mas que é possível manter o otimismo sobre os avanços que serão alcançados. Segundo ele, o ponto alto dos debates se refere à economia verde. Ao ser perguntado sobre as impressões a respeito do Brasil e do Rio de Janeiro, o norte-americano abriu um sorriso e disse: “Eu amo o Rio. Eu amo o Brasil”.

O jornalista de Fiji (na Oceania) Alfred Ralifo disse que no caso do seu país o debate mais importante se refere à preservação dos oceanos e da proteção da biodiversidade em alto-mar. Segundo ele, sua expectativa é que o tema tenha destaque no documento final, a ser firmado pelos chefes de Estado e de Governo, no dia 22. Modernamente vestido e articulado, Ralifo foi categórico ao falar do Brasil e do Rio. “É lindo. Amo o Rio e amo o Brasil”, disse ele.

As africanas de Gana Sabina Meusah e Nana-Fofu Randall disseram ter uma impressão positiva sobre o Brasil a partir da recepção no aeroporto, quando ouviram samba e bossa nova. Ambas lembraram que as negociações na Rio+20 estão apenas no começo, mas que esperam avanços principalmente para os países da África. “Agora temos voz. Aqui somos ouvidos”, disse Meusah. “Para mim, o mais importante é a inclusão social, a preocupação com o futuro das crianças”, acrescentou Randall.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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