Ainda há tempo para salvar a Rio+20, diz Marina Silva na Cúpula dos Povos
 

16/06/2012 - 21h29 - Rio+20 - Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva disse acreditar que ainda há tempo hábil para um acordo nas negociações, o que vai garantir o sucesso da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Ela participou neste sábado (16) de um ato organizado pelo Comitê em Defesa das Florestas e Desenvolvimento Sustentável contra o Código Florestal, na Cúpula dos Povos, que contou com a presença de diversas lideranças ambientais e representantes do Legislativo.

“O Brasil tem todas as condições de protagonizar um esforço para que façamos uma avaliação verdadeira do que foi feito ou não. Buscar mediar, junto com os demais países, que a crise econômica não pode deixar em segundo plano a crise ambiental. Há tempo, até porque agora a prerrogativa de fazer essa mediação está entregue ao Brasil. É a grande oportunidade de revisitarmos os compromissos e corrigirmos os rumos.”

Segundo Marina Silva, o sucesso da conferência está nas mãos de todos os líderes do planeta, mas o Brasil tem um papel importante."Nós não podemos tirar responsabilidade deles, mas o país anfitrião tem uma responsabilidade maior.”

Perguntada se estava otimista ou pessimista com os rumos da conferência, Marina disse que está persistente. “Cobro que o Brasil continue sendo o país que lidera pelo exemplo. Nós fizemos isso em Copenhague. O Brasil constrangeu os que queriam fazer menos podendo fazer mais quando assumiu metas de redução de dióxido de carbono.”

Sobre o evento que havia participado, contra o Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional e vetado em parte pela presidenta Dilma Rousseff, a ex-ministra do governo Lula fez questão de esclarecer que não se tratava de um ato de oposição política.

“Nós não estamos aqui em uma atitude de oposição. É em uma atitude de quem tem posição. E a nossa é que o Brasil não pode perder a chance de continuar avançando na agenda do desenvolvimento sustentável. Não pode mudar sua legislação em nome do lucro imediato, fazendo tábula rasa dos esforços de mais de 30 anos de diferentes governos.”

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Rio+20 reforça importância de pactos globais para desenvolvimento sustentável

17/06/2012 - 12h53 - Rio+20 - Carolina Gonçalves e Renata Giraldi - Enviadas especiais da Agência Brasil - Rio de Janeiro – Os pontos acordados até agora pelos negociadores internacionais na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) ampliam a responsabilidade sobre a implementação do desenvolvimento sustentável no mundo. No documento preliminar consolidado na noite de ontem (16), as delegações reconheceram que as metas esperadas da conferência dependem de uma parceria ampla.

A proposta é assegurar que setor privado e a sociedade civil tenham maior participação nas decisões globais, ressaltando os papéis dos trabalhadores, das mulheres, das empresas e de organizações não governamentais. Especialistas lembram que, há vinte anos, na Rio92, os governos eram apontados como os grandes responsáveis pela indução de uma mudança de padrões de desenvolvimento.

Os negociadores defenderam, com clareza, modelos que integram setores públicos e privados, por exemplo. “A implementação do desenvolvimento sustentável dependerá do envolvimento ativo de ambos os setores”, destaca o documento. Além de apontar as parcerias público-privadas como ferramentas para essa integração, os negociadores defendem a criação de mecanismos para alavancar o novo padrão no comércio e indústria. “Nós encorajamos práticas empresariais responsáveis, tais como as promovidas pelo Pacto Global da ONU”.

No aspecto ambiental, o documento preliminar reconhece, por exemplo, que os agricultores “podem trazer importantes contribuições para o desenvolvimento sustentável por meio de atividades de produção que sejam ambientalmente corretas”. A aposta é que a atividade, conduzida de forma sustentável, aumente a segurança alimentar, garanta o crescimento econômico e a subsistência das populações mais pobres em todas as partes do mundo.

O texto também revela a disposição dos mais de 190 países que participam da Rio+20 em estimular a participação específica de mulheres, dos jovens e das comunidades indígenas nesse debate. Além disso, os negociadores concordam que a contribuição da comunidade científica e tecnológica é fundamental para a implementação das metas do desenvolvimento sustentável.

“Estamos empenhados em trabalhar e promover a colaboração entre a comunidade acadêmica, científica e tecnológica, em particular nos países em desenvolvimento”, ressalta a proposta preliminar. A expectativa é reduzir a diferença tecnológica que separa países desenvolvidos das nações em desenvolvimento, recorrendo, inclusive às cooperações internacionais, com transferência de conhecimentos.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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