Sem detalhamentos, negociadores da Rio+20 se comprometem com o desenvolvimento sustentável
 

17/06/2012 - 10h46 - Rio+20 - Carolina Gonçalves e Renata Giraldi - Enviadas especiais da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Os negociadores dos mais de 190 países na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), avaliaram que as economias progrediram de forma desigual nos últimos vinte anos. O reconhecimento está explícito no texto preliminar a ser analisado por chefes de Estado e de Governo, nos próximos dias 20 a 22, e ressalta, principalmente, as medidas sustentáveis e as voltadas para a erradicação da pobreza.

O texto preliminar do documento final, obtido pela Agência Brasil, foi fechado ontem (16) à noite. Nele, há seis capítulos distribuídos em 50 páginas. Inicialmente, o texto tinha 80 páginas, mas foram retiradas as propostas (chamadas de colchetes) mais controvertidas e mantidas as recomendações gerais.

O secretário-geral da Rio92, que ocorreu há duas décadas, Maurice Strong, alertou sobre o risco de a Rio+20 acabar com promessas vazias e em meio a conclusões de que as lacunas permanecem.“Há vinte anos a conferência foi um sucesso, no sentido do que conseguimos acordar [despertar para os temas sobre sustentabilidade]. Foi mais do que qualquer um de nós poderia esperar”, disse.

Segundo ele, os avanços obtidos nesse período foram importantes. “Nós tivemos muitos bons exemplos de ações adotadas em alguns países, mas as condições têm se deteriorado. Alguns países continuam a negar a importância [do que foi acordado].”

Na versão preliminar do documento da Rio+20, os negociadores se comprometem a reforçar ações para implementar esses compromissos anteriores. “Reconhecemos a necessidade de acelerar o progresso no preenchimento das lacunas de desenvolvimento entre países desenvolvidos e em desenvolvimento”, destaca o texto, ressaltando, ainda, que é preciso criar condições para o desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico e proteção ambiental e social.

Apesar de não apresentar um detalhamento dessas ações, os negociadores defendem, consensualmente, que os países em desenvolvimento tenham uma participação mais ativa na tomada de decisões globais.

Pelo documento, esse “aumento da voz” dos mais pobres seria conquistado com uma cooperação entre os países “particularmente nas áreas de finanças, comércio, dívida e transferência de tecnologia, inovação e empreendedorismo, capacitação, transparência e responsabilidade”.

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Paisagista alemão sugere transformar o lixo orgânico em adubo com ajuda de minhocas

17/06/2012 - 18h41 - Rio+20 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Enquanto os brasileiros começam a se preocupar em separar o lixo seco para reciclagem, um ativista chama a atenção para o lixo orgânico. Composto por restos de comida, cascas de frutas e de legumes, os rejeitos podem se transformar em adubo antes mesmo de serem descartados, mas com ajuda de minhocas, explica o paisagista alemão Manfred Bert.

Localizado em um dos lugares de maior movimento na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Bert apresenta suas minhocas e explica a estratégia para fazer adubo em casa. “Basta pegar duas caixas de madeira que sobram nas feiras, forrar com uma tela de mosquiteiro, colocar terra, lixo orgânico e as minhocas.”

Quando a caixa estiver cheia, a recomendação é colocar uma nova caixa em cima e repetir o procedimento. Assim, assegura, as minhocas vão passar de uma caixa para a outra em busca de alimento fresco e acelerar a produção de adubo. Esse, por sua vez, pode ser vendido ou reaproveitado nas plantas de casa ou pelo próprio condomínio, sugere o ecologista.

“Todo mundo pensa no lixo inorgânico para reciclar, como latinhas e vidro, tudo o que dá dinheiro. Mas ninguém quer mexer no lixo orgânico por considerar nojento, sujo, com mosca, mal cheiro. Mas não é nada disso”, desmistifica. “Na verdade, 70% do nosso lixo são limpos, são orgânicos", completa o alemão, que usa uma camiseta com os dizeres Minhoca ao Alcance de Todos.

Há 27 anos no Brasil, o “vermicompostador”, como também se chama, desenvolveu a técnica. Bert garante que, se bem feita, não exala mau cheiro e nem uma produção incontrolável de moscas e vermes. “As minhocas se autoregulam. Cometem suicídio coletivo para expulsar o excedente. Depois, é só retirá-las e iniciar uma nova caixa”, dá a dica.

Para quem se interessou em começar a fazer o adubo orgânico em casa, além de preparar as caixas de frutas também é preciso comprar as minhocas, que o paisagista sugere que seja de um criador especializado.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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