Negociações progridem de forma significativa, diz chefe do secretariado da Rio+20
 

18/06/2012 - 14h50 - Rio+20 - Vitor Abdala e Thais Leitão - Repórteres da Agência Brasil - Rio de Janeiro – O chefe do Secretariado da Rio+20, Nikhil Seth, disse hoje (18) que as negociações do documento final da conferência progridem de forma rápida. Segundo Seth, a habilidade do Brasil de dialogar com os diversos grupos de países tem levado a um “consenso” e um “progresso significativo”.

De acordo com o chefe de comunicação da Rio+20, Nikhil Chandavarkar, desde que o Brasil assumiu a liderança das negociações, no final de semana, elas tomaram uma nova forma. A negociação parágrafo a parágrafo que vinha sendo adotada há meses foi substituída por uma negociação mais ampla do texto.

Tanto Seth quanto Chandavarkar elogiaram o texto apresentado pelo Brasil e que vem sendo negociado, mesmo com as críticas por parte de alguns países. “É um texto equilibrado. Agrada a gregos e troianos. Na nossa tradição, dizemos que um consenso em que todo mundo fica igualmente infeliz é um bom consenso. Vemos elementos das posições de todas as partes. Nem todo mundo conseguiu o que queria, mas é o denominador comum”, disse Chandavarkar.

Segundo ele, o texto deve ser fechado antes da chegada dos chefes de Estado e Governo, que, provavelmente, deverão apenas acatar o que for acertado pelos negociadores. Entre os principais legados da Rio+20, de acordo com ele, deverão ser estabelecidos o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e os compromissos voluntários anunciados pela sociedade civil e por governos individuais.

De acordo com Chandavarkar, mais de 370 compromissos já foram anunciados e, até o final da Rio+20, esse número deve chegar a 500. Sobre as Metas de Desenvolvimento Sustentável, ele acredita que não há pressa com relação ao detalhamento uma vez que as Metas do Milênio estarão em vigência até 2015. "Saindo daqui com um bom mandato político para definir essas metas já é uma grande coisa."

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Com cartazes, jovens pedem mais destaque ao tema paz no documento da Rio+20

18/06/2012 - 11h25 - Rio+20 - Vitor Abdala e Thais Leitão - Repórteres da Agência Brasil - Rio de Janeiro – Um grupo de jovens, representantes de instituições da sociedade civil que debatem temas ligados à infância e à juventude, fizeram na manhã de hoje (18) um protesto, com cartazes, pedindo mais destaque ao tema paz no documento final da conferência. Com o lema “Desenvolvimento Sustentável Precisa de Paz”, eles defendem que só é possível se desenvolver de forma sustentável em locais onde não há guerras.

Entre as propostas está a inclusão, nas Metas de Desenvolvimento Sustentável, do artigo “Nós reconhecemos que a violência e o conflito armado têm sido os impedimentos mais severos para se atingir as Metas de Desenvolvimento do Milênio e, portanto, nos comprometemos a dar enfoque particular sobre isso, e dar atenção prioritária para os efeitos da violência e conflito armado no desenvolvimento sustentável em qualquer aspecto das Metas de Desenvolvimento Sustentável”.

Eles também pedem que “violência e conflito armado” sejam considerados fenômenos que contribuíram para o progresso insuficiente e que foram empecilhos para integrar as três dimensões do desenvolvimento sustentável.

“Nenhum país com conflito armado conseguiu atingir as metas do milênio. O texto acordado tem que deixar claro que paz e não violência são condições básicas para se atingir qualquer meta [de desenvolvimento sustentável]”, disse o brasileiro Augusto Lebre.

O americano Hudson Mcfann veio de Nova York para deixar seu recado de defesa da paz. “Acho que a Rio+20 terá resultados importantes, mas me preocupo que esses resultados devem ser menores do que a conferência deveria atingir devido à magnitude dos problemas”, ressaltou.

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Documento da Rio+20 deve ser finalizado hoje, excluindo polêmicas e detalhes sobre recursos

18/06/2012 - 5h50 - Meio Ambiente - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves - Enviadas Especiais - Rio de Janeiro - Os negociadores brasileiros e estrangeiros na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, querem fechar até o fim da noite de hoje (18) o texto final. Três sessões de trabalho, começando às 10h e seguindo até as 22h, estão programadas. A tendência, segundo eles, é excluir as propostas conflitantes, como está no rascunho fechado sábado (16), e manter recomendações gerais.

Chefiados pela delegação do Brasil, os representantes de 193 países se dedicam a elaborar um texto conciso, preciso, claro e abrangente, de acordo com os negociadores. Até o começo da conferência, o documento tinha 200 páginas, depois passou para 80 e há três dias foi resumido a 50.

O secretário executivo da Rio+20, Luiz Alberto Figueiredo Machado, negou ontem a hipótese de que um documento sem conclusões seja entregue aos 115 chefes de Estado e de Governo, no próximo dia 20. De acordo com ele, há apelos de várias delegações para que um texto negociado chegue às mãos dos líderes para que discutam os assuntos de forma ampla.

No entanto, até ontem (17) à noite as divergências permaneciam, principalmente sobre as questões envolvendo definições de recursos, metas específicas, o conceito de economia verde e a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em organismo autônomo.

Os países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e o Japão, alegam dificuldades internas causadas por numerosos fatores, inclusive a crise econômica internacional, para assumir responsabilidades pontuais com o repasse de recursos. Desde sábado, foi retirada a discussão sobre a criação de um fundo, de US$ 30 bilhões, para garantir a execução de propostas relativas ao desenvolvimento sustentável.

Também há divergências sobre as propostas referentes à proteção dos oceanos, pois os norte-americanos resistem à regulação de águas internacionais, alegando questões de segurança interna. Mas o embaixador brasileiro disse que é possível ainda buscar um consenso e incluir o tema no texto a ser finalizado hoje.

No rascunho de 50 páginas obtido pela Agência Brasil, foram excluídos os assuntos polêmicos e mantidas as recomendações gerais sobre o desenvolvimento sustentável com inclusão social e erradição da pobreza e da fome. Para a delegação brasileira, o texto apresenta avanços. “O texto não só impede retrocessos como traz avanços em várias áreas, como criar objetivos de desenvolvimento sustentável”, disse o embaixador. “Isso não é pouca coisa.”
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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