ONGs protestam por maior participação social na Rio+20
 

18/06/2012 - Ativistas da sociedade civil de todo o mundo se juntaram para um protesto no domingo (17/06) dentro do Riocentro para alavancar a mensagem: “Nosso Futuro, Nossa Voz”. Como parte da campanha dos Direitos para Sustentabilidade, eles taparam suas bocas e levantaram cartazes diante da imprensa.

O protesto foi uma reação à falta de voz da sociedade civil na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20); um retrocesso sobre os princípios do Rio estabelecidos na Cúpula da Terra de 1992, e a priorização dos interesses corporativos sobre os direitos humanos e do capital.

Paul Quintos, da IBON International, que coordena o grupo de organizações não governtamentais sobre direitos e equidade na Rio+20, e os direitos para a plataforma de advocacia de Sustentabilidade, disse: “A capacidade da sociedade civil para promover a voz do povo que ela representa tem sido constantemente corroída ao longo do processo levando a Rio +20.”

“Em vez de progresso e soluções nas negociações, nós estamos vendo retrocesso dos compromissos estabelecidos em 1992. Princípios que protegem os direitos humanos e a equidade estão desaparecendo, desmanchando ou permanecendo desprovidos de meios concretos para implementá-los”, acrescentou.

Quintos avalia que “os países desenvolvidos estão se esquivando da sua responsabilidade histórica para resolver o problema da degradação ambiental e da crise econômica que causaram em grande parte. Em vez disso, os governos estão promovendo uma maior confiança no setor privado como se estivessem cegos para as terríveis consequências da globalização corporativa e financeira para as pessoas e o meio ambiente”.

Negociações sobre o documento final da Rio+20 foram extendidas na sexta à noite (15/06) e continuarão até amanhã (18/06), de forma que o documento seja finalizado antes de os Chefes de Estado chegarem na quarta-feira (20/06). As ONGs afirmam que sociedade civil participantes no processo tenham acesso permitido às salas de reuniões, lhes é negado qualquer participação significativa na determinação do resultado do documento intitulado “O Futuro que Queremos”.

Ahmed Swapan, Diretor Executivo do VOICE, um grupo de direitos humanos de Bangladesh, afirmou que “a voz da sociedade civil está sendo mantida em silêncio, o que é uma pesada violação dos direitos humanos e da liberdade de expressão”.

“Não pode haver um desenvolvimento real e sustentável sem a participação da sociedade civil, que é supostamente uma das partes interessadas na Rio+20, mas que na realidade não está sendo ouvida.”

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UNU e PNUMA recomendam acelerar implementação de estrutura contábil baseada em riqueza

17/06/2012 - Países devem acelerar o processo de transição de uma estrutura contábil baseada em renda para uma estrutura contábil de riqueza, recomenda o relatório sobre Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), lançado hoje (17/06) pela Universidade das Nações Unidas (UNU) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

O IRI vai além Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para incluir uma ampla gama de ativos – como o capital manufaturado, humano e natural – para apresentar as perdas causadas pelo crescimento econômico para as próximas gerações no total das riquezas de um país, tornando a análise e a formulação de políticas mais fieis à realidade.

“A importância em cuidar de todo o leque de bens de capital de um país torna-se particularmente evidente quando o crescimento populacional é levado em conta”, afirmou Diretor Executivo do Programa Internacional de Dimensões Humanas sobre Mudança Ambiental Global da UNU, professor Anantha Duraiappah.

Para o professor, o crescimento econômico apresentado pelo PIB mascara o fato de que os recursos naturais estão se esgotando.

O documento conclui que 25% dos países com tendência positiva quando medido pelo PIB per capita e pelo IDH, computaram IRI per capita negativo; o capital humano tem aumentado em todos os países e é a forma de compensar a diminuição do capital natural na maioria das economias.
Fonte: ONU

 
 
 
 

 

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