Dilma diz que aprovação de texto-base da Rio+20 é uma vitória do Brasil
 

19/06/2012 - 19h03 - Rio+20 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília – A presidente Dilma Rousseff disse hoje (19) que a aprovação do documento base da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, antes da chegada dos chefes de Estado ao Rio de Janeiro, é uma “vitória do Brasil”.

O documento, aprovado em plenária nesta terça-feira, tem que ser avaliado e aprovado pelos chefes de Estado que estão chegando ao Rio para a fase decisiva da conferência, de amanhã (20) até sexta-feira (22).

“Um acordo entre 191 países e delegações é um acordo complexo. É sempre bom olhar que há a necessidade de um balanço entre os países. A questão do documento não é uma questão que diga respeito a um só país. Estamos fazendo um documento que é o documento possível entre diferentes países e diferentes visões do processo relativo à questão ambiental”, disse a presidenta em entrevista em Los Cabos, no México, onde participou da Cúpula do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo.

Entre outros pontos, o documento destaca a importância do uso sustentável da biodiversidade marinha, mesmo além das áreas de jurisdição nacional. Há o compromisso de se trabalhar, em caráter de urgência, nessa questão, e a intenção de se desenvolver um instrumento internacional para lidar com o assunto, sob a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.

Para garantir a aprovação antes da etapa final da conferência, o governo brasileiro teve que simplificar alguns pontos do texto, o que gerou críticas de ambientalistas sobre os resultados efetivos da reunião.

Segundo Dilma, o Brasil conseguiu chegar ao texto que era possível. “Eu acho que temos que comemorar, sim, como uma vitória do Brasil, ter conseguido aprovar um documento que seja um documento oficial entre os diferentes países, contemplando posições distintas. Não tem só europeus, não tem só asiáticos, não tem só países do G77. Todos, cada um é voto, e cada um tem a mesma consideração que o outro, ou então não tem reunião possível entre países”, avaliou.

A presidenta deixou o México no fim da tarde e segue direto para o Rio de Janeiro, onde comandará as negociações até o fim da conferência, na sexta-feira (22).

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Ato público protesta contra empresas que provocam impactos ambientais e violações de direitos humanos

19/06/2012 - 21h30 - Rio+20 - Da Agência Brasil - Rio de Janeiro – Cerca de 2 mil pessoas participaram, no início da noite de hoje (19), de uma manifestação contra grandes empresas instaladas no país responsáveis por impactos ambientais e violações de direitos humanos. O ato contou com a presença de representantes de movimentos sociais, sindicatos e moradores de comunidades impactadas por empreendimentos industriais, que estão no Rio participando da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.

A passeata, que foi em direção ao Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio, teve como objetivo chamar a atenção das autoridades sobre a responsabilidade das empresas quanto às condições de vida da população que mora em áreas prejudicadas com impactos ambientais, após suas instalações.

Os manifestantes criticaram também a atuação dos bancos privados e das instituições financeiras, como o Banco Mundial e o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), que, segundo eles, na maioria das vezes, financiam grandes empreendimentos violadores de direitos. Os manifestantes acreditam que, na Rio+20, esses grupos vão apresentar “falsas soluções” para os problemas ambientais.

"Se o povo não se mobiliza, o governo não age. Eu resolvi participar para poder chamar a atenção dos governantes quanto às empresas que têm poluído e devastado o meio ambiente", disse o colombiano Oscar Rodrigues, 30 anos, que atualmente mora no Rio de Janeiro e faz parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Os participantes lembraram ainda o vazamento de petróleo da empresa Chevron, na Bacia de Campos, no norte fluminense, e criticaram a postura do governo do Rio quanto às denúncias de favorecimento da empreiteira Delta em licitações de obras públicas no estado. Eles mostraram seu descontentamento com faixas e cartazes, além de máscaras faciais com nomes de empresas que exploram recursos naturais como a Vale e a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA).

Eles alegaram que ocorrem graves casos de crimes ambientais e violações de direitos a partir da apropriação indevida de terras, remoção de comunidades, além de contaminação do ar e da água, causando impactos na saúde das pessoas.

A integrante da Coordenação Nacional das Entidades Negras (Conen) Laila Rocha, de 27 anos, ressalta que é preciso tomar medidas emergenciais e levar a sério os problemas ambientais. "Enquanto nós não tivermos solidariedade entre os povos, entre as culturas, entre as nossas comunidades, a gente não vai conseguir nunca alcançar uma economia sustentável, a paz e a união entre os povos. Porque a água está acabando, a comida está acabando e, aí, como vamos sobreviver no planeta?".
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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