Dilma cobra de países ricos financiamento do desenvolvimento sustentável nos países mais pobres
 

20/06/2012 - 17h50 - Rio+20 - Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro – A presidente da República, Dilma Rousseff, usou seu discurso, na cerimônia de abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, para mandar um recado aos países desenvolvidos que se posicionam contra a criação de um fundo para financiar o desenvolvimento sustentável nas nações mais pobres. Segundo ela, as promessas de financiamento não se materializaram nos “níveis necessários”.

“A transferência das indústrias mais poluentes, do Norte para o Sul do mundo, colocou as economias desenvolvidas no rumo de uma produção tida como mais limpa. Mas deixou pesada a carga e a conta socioambiental para os países em desenvolvimento. A promessa de financiamento do mundo desenvolvido para o mundo em desenvolvimento com vistas à adaptação e à mitigação ainda não se materializou nos níveis prometidos e necessários”, disse a presidenta.

Dilma também lembrou que o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, em que os países ricos teriam mais responsabilidade que os pobres na promoção do desenvolvimento sustentável, “tem sido, muitas vezes, recusado, na prática”.

Em seu discurso, a presidenta também disse que os compromissos de redução das emissões de gases poluentes, previstos pelo Protocolo de Quioto, não foram atingidos, e que várias conquistas da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio92, permanecem no papel. “Temos a responsabilidade de agir para mudar esse quadro.”

Segundo ela, nesse cenário de crise econômica mundial, a tentação de manter os interesses nacionais acima dos temas globais é forte. “A disposição política para acordos vinculantes fica muito fragilizada. Não podemos deixar isso acontecer”, observou.

A presidenta disse ainda que o modelo de desenvolvimento do Brasil, que avança no sentido da sustentabilidade, autoriza o país a demandar mais contribuição dos países desenvolvidos. Na sua avaliação, o documento final da Rio+20 trouxe avanços, entre eles a introdução da erradicação da pobreza como desafio global, o pioneirismo de falar de igualdade racial, a criação do Fórum de Alto Nível global para tratar do desenvolvimento sustentável, o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e o reconhecimento de que o Produto Interno Bruto (PIB) é insuficiente para medir a riqueza dos países.

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Pnuma lança projeto para estimular países a aumentar volume de compras públicas sustentáveis

20/06/2012 - 15h54 - Thais Leitão e Flávia Villela - Repórteres da Agência Brasil - Rio de Janeiro – O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançou hoje (20), no Rio de Janeiro, uma iniciativa internacional para estimular os países a aumentar e diversificar o volume de compras públicas sustentáveis. Entre as ações previstas está a disponibilização de material produzido pelo Pnuma para capacitar gestores locais. Será criada uma rede de troca de experiências, incluindo práticas bem sucedidas, erros e dificuldades encontradas pelas nações no processo.

De acordo com a diretora de Produção e Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Ana Maria Vieira Neto, trata-se de uma ferramenta capaz de promover transformações concretas nos mercados e apoiar setores estratégicos da economia, como as micro e pequenas empresas, responsáveis por 60% dos postos de emprego brasileiros.

“No Brasil, o poder de compra do Estado representa cerca de 16% do orçamento e é uma ferramenta muito poderosa para incrementar um mercado que a gente quer que tenha características sustentáveis. Essa parceria vai servir para internalizar toda a experiência internacional, com diversas iniciativas”, disse durante entrevista coletiva no Riocentro, onde ocorre a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.

O governo brasileiro conta com uma lista de mais de 550 produtos e serviços sustentáveis. E, entre 2010 e 2011, o número de contratos de compra com critérios de sustentabilidade aumentou 94%.

Dados do Pnuma apontam que mais de 30 países e organizações aderiram à iniciativa para transformar setores econômicos e reforçar o uso de produtos mais sustentáveis.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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