Em tom de cobrança, estudante diz a autoridades que é preciso ter coragem para “fazer o que é certo”
 

20/06/2012 - 13h06 - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves - Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – Antes dos discursos dos chefes de Estado e Governo na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, a estudante da Nova Zelândia Brittney Trilford, de 17 anos, chamou a atenção hoje (20) das autoridades estrangeiras para a segurança do planeta e o desenvolvimento sustentável. Em um discurso breve, de pouco menos de dez minutos, Trilford apelou aos líderes políticos para que sejam corajosos e ousados.

"De forma corajosa e ousada, façam o que é certo. Estou aqui hoje para lutar pelo meu futuro. Quero pedir que considerem porque estão aqui. O relógio está correndo", disse a estudante, na abertura da reunião plenária da conferência. Em seguida, ela perguntou: "Estão aqui para fazer bonito ou para nos salvar?"

A estudante da Nova Zelândia foi escolhida por 350 organizações não governamentais em uma seleção promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) no concurso Encontro com a História. Para a Brittney Trilford, o mundo espera que as verdades morais inspirem os líderes políticos internacionais.

Na Rio92, há 20 anos, a estudante canadense Severn Suzuki, de 12 anos, também fez um discurso firme e em tom de cobrança para as autoridades. “Todas essas coisas acontecem bem diante dos nossos olhos e, mesmo assim, continuamos agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções”, disse ela, à época.

Desta vez, Brittney Trilford advertiu que as autoridades têm 72 horas para decidir o futuro da humanidade – referindo-se à cúpula dos chefes de Estado e Governo que vai de hoje à sexta-feira (22). "Acertei o meu relógio e o tempo está passando: tic, tac, tic, tac", disse.

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Ministro da Agricultura reforça declarações da presidenta e defende retomada da Rodada Doha

20/06/2012 - 12h54 - Rio+20 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, reforçou hoje (20) as declarações da presidenta Dilma Rousseff, que defendeu a retomada das discussões da Rodada Doha, ao deixar reunião do G-20 (grupo das maiores economias do mundo), no México, ontem (19). As negociações estão travadas desde 2008 por impasses envolvendo subsídios agrícolas.

De acordo com o ministro, com o aumento da produtividade, o Brasil dispõe de mais capacidade para ampliar as trocas comerciais. No entanto, os entraves nos setores de agricultura e de facilitação de comércio, por exemplo, impedem avanços na liberalização do comércio mundial. “A proteção de mercados, isso vai contra a forma de produção e de relacionamento [dos países]”, disse.

Após reuniões bilaterais com os ministros da Finlândia e da Hungria, Mendes Ribeiro pontuou que, no âmbito das trocas, o Brasil precisa aumentar as parcerias internacionais. Colocou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) à disposição da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico no mundo e com foco no aumento da produtividade e do combate à fome.

“Queremos alimentar a fome e isso não se faz sozinho”, declarou o ministro, no Forte de Copacabana, onde se reúne com mais 36 ministros da Agricultura de diversos país, no Humanidade 2012, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Eles vieram acompanhar as negociações do documento final do evento.

Ontem (19), durante a Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil que também ocorre paralelo à Rio+20, milhares de pessoas protestaram contra “retrocessos na política ambiental”. Para hoje, está marcada uma grande marcha contra o Código Florestal, prevista para ter início às 15h. Apesar disso, o ministro disse que o projeto de lei não está mais nas mãos do governo federal.

“Este é assunto passou, amadureceu. Houve o debate, o governo fez o que tinha de fazer e agora é o Congresso [Nacional] que tem de dar sua opinião. O debate foi bastante amadurecido e o governo [federal] fez sua parte”, concluiu Mendes Ribeiro sobre o código.

 
 
 
 

 

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