Desigualdade social é patologia da época atual e tem efeito corrosivo, diz presidente do Haiti
 

21/06/2012 - 14h20 - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves - Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – O presidente do Haiti, Michel Martelly, alertou hoje (21) para o efeito corrosivo da desigualdade social, que, para ele, é "a patologia da época atual”. Ao participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, Martelly fez um rápido balanço de suas ações e lembrou que o Haiti ainda sofre as consequências do terremoto de janeiro de 2010.

“Estou chefiando um país devastado”, disse o presidente do Haiti, que considerado o país mais pobre das Américas e tem a situação econômica agravada pelos desastres naturais e transtornos sociais provocados por grupos criminosos organizados. Para ele, são questões relacionadas à desigualdade social. “A desigualdade social tem um efeito corrosivo. É a patologia da nossa época.”

Segundo Martelly, são diversos os desafios dos chefes de Estado e de Governo, entre eles a erradicação da pobreza e a reinvenção de um modelo de desenvolvimento sustentável.

Sem tradição do reflorestamento e sofrendo com as mudanças climáticas, que provocam períodos de seca e chuva, o Haiti tem pouco mais de 1% do seu território com florestas. Martelly admitiu que é necessário mudar a forma de pensar e viver da sociedade haitiana. Segundo ele, desenvolvimento sustentável exige sociedades mais educadas e com boa saúde e um processo que traga equidade.

Ao assumir o governo no ano passado, Martelly disse que seu principal desafio era reconstruir o Haiti, devastado pelo terremoto de 2010, no qual cerca de 220 mil pessoas morreram e que deixou muitas famílias sem abrigo, vivendo de forma improvisada. A situação se agravou ainda mais com o período da chuva e a contaminação de cólera no país.

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Integrantes do MST vão às ruas do centro do Rio para denunciar crimes ambientais na agricultura

21/06/2012 - 18h40 - Rio+20 - Da Agência Brasil - Rio de Janeiro – Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fizeram hoje (21) uma passeata no centro do Rio de Janeiro com a finalidade de denunciar os crimes ambientais cometidos contra a agricultura. Segundo os representantes, os modelos de agricultura utilizados pelos empresários têm contribuído para um "envenenamento" do campo.

Os manifestantes saíram da Igreja da Candelária e percorreram a Rua Primeiro de Março e a Avenida Rio Branco, indo ao encontro dos representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que participavam, na zona portuária, de um evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. As ruas do centro tiveram o trânsito parcialmente interrompido em função do protesto.

O coordenador nacional da Via Campesina, uma organização mundial que congrega todas as entidades que atuam no campo, Diego Moreira, explicou que, no Brasil, segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, a agricultura familiar detinha somente 23% do território do país livre para esta atividade.

Entretanto, o agronegócio usa 77% do território disponível, e 100% do que é produzido é exportado. "Nós temos um modelo de agricultura que está envenenando a natureza, a água e os lençóis freáticos. Um modelo que é totalmente produzido para a exportação", disse.

Ainda segundo Moreira, no Orçamento Geral da União, o governo federal disponibilizou, no ano passado, R$120 bilhões para a agricultura, sendo que, desse total, somente R$ 16 bilhões foram repassados para a agricultura familiar. "O agronegócio é um modelo totalmente dependente dos agroquímicos. Portanto, depende das grandes empresas transnacionais que controlam a produção de sementes e de agrotóxicos, além de ser um modelo totalmente dependente do crédito do governo", completou.

A marcha exigiu ainda o fim do uso dos agrotóxicos. A coordenadora estadual do MST do Maranhão, Divina Lopes, disse que o Brasil, desde 2009, tornou-se um dos países que mais utilizam agrotóxicos no mundo. Ela enfatizou que somente 30% do veneno que é pulverizado, ou seja, despejado por meio de aviões, são absorvidos pelas plantações. O restante é lançado no solo e na água. "O modelo do agronegócio é um modelo de desenvolvimento insustentável. Não há sustentabilidade nem para a natureza e nem para vida das pessoas", lembrou.

Dentre as reivindicações do MST estão a redução de emissões por desmatamento; produção de energia por meio da biomassa, ou seja, a conversão de plantas e algas em fontes de energia para substituir o petróleo; e a agricultura climaticamente inteligente, aquela que se adapta aos diferentes climas. Entre as propostas do grupo estão a soberania alimentar, que permite acabar com os monocultivos; a reforma agrária; o incentivo à agricultura camponesa, além do uso de outras fontes de energia renovável.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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