São Paulo recicla pouco mais de 1% de todo lixo produzido diariamente
 

21/06/2012 - 10h59 - Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil - São Paulo – A maior cidade do país recicla pouco mais de 1% de todo o lixo produzido diariamente. Segundo dados da prefeitura de São Paulo, apenas 214 toneladas das 18,3 mil toneladas de resíduos sólidos coletados diariamente nas ruas da capital paulista são recicladas, o que representa 1,18% do total. A quantidade de lixo levada para os aterros sanitários só não é maior graças ao trabalho das cooperativas de reciclagem não conveniadas à prefeitura. Segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), essas cooperativas reciclam quatro vezes mais do que é contabilizado, tendo em vista que menos de 10% dos catadores do município atuam nos centros de triagem da prefeitura.

“Hoje, somos cerca de 15 mil catadores na cidade e apenas 1,2 mil atuam nesses centros. Dos 56 núcleos de catadores, apenas 20 conseguiram o convênio”, explica Eduardo Oliveira, coordenador do MNCR de São Paulo. Segundo ele, mais de 30 cooperativas fazem o trabalho de coleta e separação por conta própria e cada uma delas recicla, em média, 30 toneladas por dia. Ele calcula que o volume reciclado pelas cooperativas independentes chegue a cerca de 900 toneladas diárias.

As cooperativas que contam com o convênio têm à disposição caminhões com motoristas, combustível e manutenção, equipamentos de trabalho, além do galpão e consumos de energia e água, segundo informações da prefeitura. “Se esse apoio fosse ampliado, o percentual de reciclagem poderia chegar a 70%”, avalia Oliveira. Segundo o movimento, seria necessário um centro de triagem em cada um dos 96 distritos da capital.

A opinião é compartilhada pelo consultor das Nações Unidas para o Meio Ambiente no Brasil, Sabetai Calderoni. “Seriam necessários pontos estratégicos, pelo menos, a cada 200 mil habitantes”, avalia. Ele acredita que as centrais são a forma mais eficaz para ampliar o percentual de reciclagem. “Não adianta querer culpar a população porque não separa o lixo, dizer que é um problema de educação ambiental de longo prazo”, critica. Segundo o consultor, os municípios poderiam reciclar quase 100% dos resíduos produzidos, a exemplo da Holanda (97%) e da Suécia (99%).

Para Calderoni, o investimento privado é o melhor meio de viabilizar os centros. “Assim como a prefeitura faz a licitação para o aterro, que terceirize para a implantação das centrais de reciclagem. Vai gastar muito menos do que gasta com aterro.” De acordo com Calderoni, o município gasta de R$ 1,5 bilhão por ano para a destinação correta do lixo. Somente com transporte, o custo chega a dois terços desse total.

O consultor explica que, com a instalação dos pontos estratégicos de coleta, a distância percorrida pelos caminhões reduziria em até 90%, considerando que os aterros, normalmente, estão localizados em áreas mais periféricas das cidades. “Com isso, você reduziria o número de acidentes, a poluição envolvida e os custos diminuiriam. Além disso, você não deixaria materiais em aterros. O que entra em uma central de manhã, sai do final do dia. No aterro, você só acumula”, destaca.

A Prefeitura de São Paulo informou, por meio de nota da assessoria de imprensa da Secretaria de Serviços, que o Programa Socioambiental de Coleta Seletiva está sendo expandido gradativamente, mas que a ampliação depende, também, da capacidade de absorção dos resíduos recicláveis pelo mercado reciclador. Informou, ainda, que quatro centrais de triagem estão em implantação no município e que outras sete áreas estão em processo de desapropriação.

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Itaipu desenvolve projeto piloto para fornecer energias solar e eólica a Fernando de Noronha

21/06/2012 - 7h00 - Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A empresa Itaipu Binacional vem desenvolvendo projeto pioneiro no país para que a energia fornecida à Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, seja substituída por energias solar e eólica ainda este ano.

O presidente da Itaipu, Jorge Samek, informou durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que técnicos da empresa vêm trabalhando há vários anos em parceria com diversas empresas europeias, para desenvolver um sistema de baterias “altamente eficiente”, a partir do cloreto de sódio, que não causa danos ao meio ambiente. .

Essas baterias armazenarão energia solar e eólica ao longo do dia para prover a ilha, com seus cerca de 3,5 mil habitantes, de uma energia “mais pura e renovável, que substituirá os atuais geradores da usina que fornece energia para Fernando de Noronha a partir do óleo diesel.

“É um sistema que vem sendo utilizado cada vez mais e que dá mais autonomia aos carros elétricos. O processo consiste em armazenar, durante o dia, a energia solar e também a proveniente dos ventos – abundantes na região – em baterias que acumularão energia para suprir as necessidades da ilha também durante a noite”.

Samek informou à Agência Brasil, que o projeto custará cerca de R$ 17 milhões e está sendo desenvolvido a pedido da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

“A Finep solicitou a nós de Itaipu um projeto que aproveitasse todo o sistema solar para abastecer de energia elétrica A Ilha de Fernando de Noronha. Durante o dia será feito o armazenamento energético proveniente do sol e dos ventos em baterias abastecidas com cloreto de sódio”, explicou.

Segundo o engenheiro Celso Novaes, responsável pelo projeto, a ideia inicial é instalar uma planta piloto de 4,3 megawatts (MW), o dobro das necessidades atuais da ilha. “Com a implantação do projeto, vamos viabilizar que uma comunidade isolada, que não tem rede de distribuição, possa aproveitar melhor a energia vinda do sol e dos ventos.

Segundo ele, a dificuldade inicial foi desenvolver um sistema que permitisse armazenar a energia produzida durante o dia para ser também utilizada à noite. “Basicamente, o conceito consiste em absorver as energias produzidas de forma aleatória (pelo sol e o vento) e sobre as quais você não tem controle, guardá-las em uma bateria especial, totalmente reciclável, e depois devolver essa energia na hora em que a demanda é maior – à noite”.

Novaes disse ainda que o sistema é baseado em nova tecnologia, testada em conjunto por empresas brasileiras e europeias. “É um estudo, uma inovação, que já está sendo discutida em fóruns por todo o mundo, inclusive em Roma e nos Estados Unidos, onde também são desenvolvidos projetos pilotos”.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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