Delegações aproveitam último dia para conhecer a Cúpula dos Povos
 

22/06/2012 - 18h49 - Rio+20 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro – Último dia da Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil no Aterro do Flamengo, a sexta-feira foi a oportunidade de correr atrás de assinaturas para abaixo-assinados, de tirar foto com o Pão de Açúcar ao fundo e de comprar as lembrancinhas que faltavam. Segundo os organizadores, o encontro reuniu cerca de 20 mil pessoas.

Os ativistas que participaram da Cúpula dos Povos se despedem depois de uma semana de debates, assembleias, exposições, denúncias e muitas críticas à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Para representantes de organizações não governamentais e de movimentos sociais, o fim da Rio+20 e da Cúpula dos Povos é um início de uma mobilização mais ampla.

"Foi intenso", diz o babalaô Ivanir dos Santos, representante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, do Rio. "Mas, no momento em que se diz que os movimentos sociais estão em baixa, isso deixa uma herança. O negócio não é agora, é o que vai vir", declarou.

Quem volta para casa, além de lembranças de inúmeros protestos, leva até algum dinheiro no bolso. É o caso do índio Kowá Fulniô, que conseguiu vender quase todas as peças de artesanato que trouxe de sua aldeia, em Pernambuco. Para ele, o que mais valeu, no entanto, "foi juntar os povos indígenas para defender as terras [dos índios], que ainda não são respeitadas, e conhecer o Rio de Janeiro".

Na fila para assegurar uma lembrança do evento, a estudante Carla Carvalho esperava, pacientemente, para tirar uma foto com amigas no estande dos Correios - que ficou lotado todos os dias do evento. A imagem se transformará em um selo personalizado. "Vim porque quero deixar registrado que participei de uma luta por um mundo melhor. Cúpula dos Povos, eu fui", diz.

O mesmo sentimento é o do publicitário Jorge Alexandre. Segundo ele, a cúpula é um espaço de troca de experiências, "para saber o que se está pensando no país e, muitas vezes, não sai nos meios de comunicação". "Quero mostrar para minha filha um monte de coisas, os índios, os Hare Krishna e estamos nessa babel", contou, enquanto caminhava pela passarela principal.

Não tão ensolarada como a sexta-feira da semana passada, hoje, a cúpula também acolheu os participantes da conferência oficial, que, pela primeira vez, pisaram lá. A integrante da delegação dinamarquesa Lisbeth Poulson tomou um susto ao encontrar gente seu próprio país. "Aqui é o máximo. É menos duro, menos formal e tem muita coisa diferente", relatou.

Para o inglês Charles Fewen, a segurança do evento da ONU nunca permitiria que a diversidade do Aterro fosse levada ao Riocentro, mas, na sua opinião, ambos encontros cumprem seu papel. "São duas coisas diferentes. No encontro oficial, tinha a diversidade da política mundial. Aqui, temos a diversidade do Brasil, da Caatinga ao Cerrado, com índios, quilombolas e o povo das cidades".

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Programação cultural da Rio+20 ainda reserva atrações no último do evento

22/06/2012 - 16h26 - Rio+20 - Paulo Virgilio - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro – O fim da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, nesta sexta-feira (22), também marca o encerramento da maior parte da vasta programação cultural gratuita relacionada ao evento, que, desde o último dia 13, vem atraindo centenas de milhares de cariocas e visitantes.

A recordista de público foi a exposição montada no Espaço Humanidade 2012, no Forte de Copacabana, na zona sul do Rio. Segundo a organização do evento, cerca de 200 mil pessoas já visitaram a mostra, que une tecnologia, educação e arte com o objetivo de conscientizar e engajar a população nos temas que envolvem o desenvolvimento sustentável.

Diariamente, o público tem formado filas de até 500 metros, ao longo da Rua Francisco Otaviano, que dá acesso ao forte, para ver a exposição concebida pela premiada cenógrafa e diretora teatral Bia Lessa. O Espaço Humanidade também teve uma concorrida programação de shows musicais, que será encerrada às 19h30m, com um show do cantor e compositor Zeca Pagodinho. Os ingressos, limitados a 350 pessoas, serão distribuídos uma hora antes, em um quiosque na Praia de Copacabana, próximo à Rua Miguel Lemos.

No entanto, outra exposição recordista de público e que une as temáticas ambiental, cultural e histórica, permanece em cartaz por mais um mês, até 22 de julho. Amazônia – Ciclos de Modernidade, inaugurada no final de maio no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), traça um roteiro da cultura amazônica por meio de sua arte, arqueologia e urbanismo, desde o século 18 até a contemporaneidade.

A mostra, com curadoria do crítico Paulo Herkenhoff, também utiliza a tecnologia para proporcionar ao público uma viagem pela cultura visual da floresta. De acordo com a assessoria de imprensa do CCBB-Rio, mais de 100 mil pessoas já visitaram a exposição, que fica aberta de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.

No Parque do Flamengo, onde também chega ao fim nesta sexta-feira a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, termina às 17h a visitação à exposição Projeto Paisagem, do artista plástico Vik Muniz, que, a partir de lixo reciclável doado pelos próprios visitantes, está criando, desde o dia 13, uma obra de arte inspirada na Baía de Guanabara. É outra mostra de grande sucesso de público, com extensas filas de pessoas levando sacolas com garrafas PET e outros objetos recicláveis para dar sua contribuição à criação da obra.

Ao lado, no Museu de Arte Moderna (MAM), o público tem a chance de mais um dia para visitar outro destaque da programação cultural da Rio+20. Trata-se da videoinstalação Brasil Cerrado, do artista plástico goiano Siron Franco. Criada especialmente para a conferência da ONU, a obra tem o objetivo de conscientizar as pessoas para a urgência da preservação das belezas do Cerrado brasileiro. A instalação pode ser vista das 11h às 19h.

No Museu da República, no Catete, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), realiza, às 16h30 de hoje, evento para marcar, de forma simbólica, o encerramento da programação do roteiro elaborado pelo órgão federal com as atividades de mais de 50 museus e instituições culturais do Rio e de outras cidades fluminenses, durante o período da conferência. O Roteiro Cultural Museus Rio+20 foi disponibilizado na internet, no site www.museus.gov.br e distribuído em versão impressa.

Com o objetivo de chamar a atenção para o papel da memória na construção de uma cultura de sustentabilidade, uma “cápsula do tempo” será enterrada nos jardins do Museu da República, para ser aberta daqui a 20 anos. Dentro da cápsula, objetos que testemunham a época atual e que fazem alusão à própria Rio+20.

A lista inclui jornais com matérias sobre a conferência da ONU, uma moeda de R$ 1, material sobre o Programa de Coleta Seletiva Solidária do Estado do Rio de janeiro, objetos confeccionados durante oficinas de reciclagem e um folder do Circuito Verde de Museus, outro roteiro organizado pelo Ibram para esse período.

Às 17h, a Orquestra Villa-Lobos encerra oficialmente a programação do Museu da República com apresentação musical de alunos provenientes de comunidades de baixa renda da cidade do Rio de Janeiro.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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