Hillary Clinton diz que liderança do Brasil foi essencial para consenso em torno de documento na Rio+20
 

22/06/2012 - 12h42 - Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro – A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse hoje (22) que a liderança brasileira permitiu que todos os países se reunissem em torno de um documento final na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Segundo Clinton, a declaração final, que será assinada pelos líderes de 193 países reunidos no Rio de Janeiro, “marca um grande avanço para o desenvolvimento sustentável”.

“O Brasil prestou um grande serviço ao mundo ao nos hospedar e receber aqui. Este é um momento difícil, mas graças à liderança brasileira conseguimos nos reunir em torno de um documento final, que marca um grande avanço para o desenvolvimento sustentável. É um dos momentos mais difíceis de todos os tempos. Como vamos crescer no futuro, não é o problema de apenas alguns países, é uma questão que deve ser abordada por todos os países. Graças ao Brasil, estamos no centro dos nossos esforços compartilhados para encontrarmos essas soluções”, disse Clinton, em discurso na plenária da Rio+20.

Segundo ela, o documento não trata de questões de longo prazo, mas de ações que precisam ser tomadas imediatamente. A chanceler americana disse que é preciso haver um trabalho conjunto para combater a fome crônica. “Essa é uma área em que o Brasil apresenta uma liderança especial”, disse.

Para ela, apesar de haver discordâncias entre os países, há consenso em alguns princípios básicos. “O documento final aqui adotado contém princípios importantes e propostas essenciais. O resultado mais importante dessa conferência é um exemplo de uma nova forma de pensar, que nos levará a modelos importantes para ações futuras. Sairemos daqui não apenas pensando grande, mas diferente”, disse.

Clinton disse que esse é um momento de ser pragmático e otimista. “Um futuro onde todos os povos vão se beneficiar do desenvolvimento sustentável, independentemente de quem são e onde estão, está ao nosso alcance. Sabemos o que podemos fazer, mas também sabemos que o futuro não é uma garantia. Os recursos de que todos nós dependemos, água limpa, oceanos, terras aráveis, ambiente estável, estão sob pressão crescente. É por isso que, no século 21, o único desenvolvimento viável é o desenvolvimento sustentável.”

Para a secretária de Estado norte-americana, é preciso estimular diferentes formas de financiamento ao desenvolvimento sustentável, e não apenas na Assistência Oficial ao Desenvolvimento (ODA). Segundo ela, a ODA diminuiu nos últimos 50 anos, mas o financiamento ao desenvolvimento aumentou graças a investimentos do setor privado e políticas inteligentes que catalisaram crescimento sustentável e inclusivo. “Os Estados Unidos consideram importante essa ideia”, afirmou.

Hoje os Estados Unidos lançaram uma iniciativa de incentivo ao desenvolvimento de energia limpa na África, que prevê a destinação de US$ 20 milhões a projetos em países do continente.

Hillary Clinton também destacou a relevância do papel das mulheres no desenvolvimento sustentável e considerou importante que o documento final da Rio+20 fizesse menções à saúde reprodutiva e ao acesso universal ao planejamento familiar. “Para atingirmos as nossas metas, temos também que assegurar os direitos reprodutivos das mulheres. As mulheres têm que ser empoderadas, para poder tomar decisões sobre quando desejam ter filhos. Os Estados Unidos vão continuar a trabalhar para assegurar que esses direitos sejam respeitados em acordos internacionais”, disse a chanceler, sob intenso aplauso da plenária.

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Governo anuncia criação de Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável

22/06/2012 - 14h31 - Rio+20 - Carolina Gonçalves - Enviada Especial - Rio de Janeiro – A poucas horas do fim da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será encerrada hoje (22) com a divulgação do documento final O Futuro Que Queremos, o governo brasileiro anunciou a criação do Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Centro Rio+), que será construído no Rio de Janeiro.

A ideia é que a iniciativa comece com um fundo de recursos a partir de doações das 25 instituições que apoiaram o projeto, como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A projeção inicial, segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, é que essa cifra fique em torno de US$ 3 a 5 milhões.

Segundo ela, a partir da constituição do centro, um conselho de representantes dessas instituições vai definir os programas a serem desenvolvidos e como será assegurada a continuidade da sustentação financeira do espaço.

“A ideia é captar recursos. O governo brasileiro está vendo os mecanismos para fazer o primeiro depósito. O Ministério do Meio Ambiente vai contribuir com esse primeiro depósito. Espero que com, pelo menos, 10% do valor inicial”, disse.

Além de ser um espaço de concentração de estudos e pesquisas, a proposta é que o Centro Rio+ funcione nos mesmos moldes dos Diálogos sobre Desenvolvimento Sustentável, modalidade de debates instituída na Rio+20 para contemplar a participação de representantes da sociedade civil na conferência. Durante quatro dias, representantes de organizações dividiram-se em grupos para discutir recomendações em torno de dez temas prioritários da agenda de desenvolvimento sustentável debatida durante o evento.

De acordo com a ministra, o governo brasileiro espera que a iniciativa se transforme em uma referência como espaço de discussões com a sociedade civil e de debates internacionais em torno de pesquisas e experiências de implementação do desenvolvimento sustentável.

“A proposta é ser um articulador de competências, de recursos e conhecimento sobre desenvolvimento sustentável, além de difundir práticas da sociedade civil. Precisamos de processos mais avançados de governança, principalmente, na coordenação e integração das ações”, disse.

O Centro Rio+ vai funcionar em um espaço cedido pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa e Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), no campus da Ilha do Fundão, zona norte do Rio de Janeiro.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

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