Rio+20 acaba hoje com balanço positivo para o Brasil, mas polêmico para movimentos sociais
 

22/06/2012 - 5h53 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves - Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será encerrada hoje (22), por volta das 15h, com a divulgação do documento final, contendo 49 páginas, denominado O Futuro Que Queremos. O balanço dos dez dias de discussões divide opiniões. Autoridades brasileiras consideram um avanço a inclusão do desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza, enquanto movimentos sociais e alguns líderes estrangeiros condenam a falta de ousadia do texto.

O tom de crítica deve predominar nesta sexta-feira, pois as organizações não governamentais (ONGs) que promoveram vários protestos durante a conferência prometem uma manifestação para hoje. Nela, será apresentado um balanço das discussões e recomendações apresentadas no texto final a ser aprovado pelos chefes de Estado e Governo.

O chefe da delegação do Brasil na Rio+20, embaixador André Corrêa do Lago, reiterou que o saldo da conferência é positivo. “O principal saldo foi fazer com que o desenvolvimento sustentável se transforme em paradigma em todos seus aspectos - social, ambiental e econômico”, disse.

Porém, para as ONGs, faltou ousadia por parte das autoridades na exigência de definições claras sobre responsabilidades específicas, repasses financeiros, discriminação de prazos para a adoção de medidas e a ampliação de poderes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

No Riocentro, local das discussões políticas, os protestos foram mais discretos do que os que dominaram as ruas do Rio de Janeiro. No entanto, houve uma exceção. Em frente ao Pavilhão 5, destinado às reuniões dos chefes de Estado e Governo, além dos ministros, o gaúcho Aristide Souza Maltoni Júnior fez uma manifestação solitária ontem em protesto ao que chamou de “metas pouco concretas” da Rio+20. O manifestante gritava palavras de ordem para chamar a atenção das autoridades.

As discussões mostraram ainda que as divergências econômicas estão presentes também nos debates polítcos e ambientais. Os negociadores dos países desenvolvidos e em desenvolvimento entraram em vários conflitos, principalmente os que envolviam recursos. A União Africana (formada por 54 países) foi um dos blocos que mais reagiram às restrições impostas pelos países desenvolvidos.

“Não há um grupo de negociadores que tenha admitido ganhar em tudo. O Brasil conduziu muito bem os temas divergentes. Depois, chegamos a um acordo e agora temos um caminho. Mas o documento ainda é muito grande”, disse o ministro do Desenvolvimento, Economia Florestal e Meio Ambiente do Congo, Henri Djombo.

Paralelamente, os líderes políticos estrangeiros discursavam na sessão plenária e debatiam o conteúdo do documento final. O texto ratifica que os temas polêmicos e sem consenso ficarão para uma próxima cúpula. Os aspectos sociais são destacados, ressaltando o esforço conjunto para a erradicação da pobreza, a melhoria na qualidade de vida e o homem no centro das preocupações.

O documento tem 49 páginas, menos uma em relação à versão anterior, sendo que inicialmente o texto chegou a ter 200 páginas. O documento está dividido em seis capítulos e 283 itens. Os capítulos mais relevantes são os que tratam de financiamentos e meios de implementação (relacionados às metas e compromissos que devem ser cumpridos).

+ Mais

Participantes da Cúpula dos Povos voltam para casa levando experiências na bagagem

22/06/2012 - 21h27 - Rio+20 - Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro – Os milhares de brasileiros e estrangeiros que vieram para a Cúpula dos Povos começaram a voltar para suas casas hoje (22), depois de passar uma semana discutindo e debatendo temas ligados à sustentabilidade. Para o agricultor da Giné-Bissau Alanso Faty, presidente da Plataforma Nacional Camponesa e representante de uma rede de organizações agrícolas de 13 países do Oeste africano, a experiência foi inigualável.

“Valeu a pena ter vindo à Cúpula dos Povos. Esse encontro vai dar frutos positivos para o Rio, o Brasil e o mundo. A mensagem da África para a cúpula foi a necessidade de haver compreensão, unidade e igualdade. O ser humano tem direito à água, a comer e à escola”, disse Faty, que integra a Via Campesina.

No Sambódromo, que durante sete dias foi residência para cerca de 8 mil pessoas, os participantes da cúpula terminavam de arrumar a bagagem para embarcar nos ônibus de volta para casa. O reciclador Edson de Jesus se preparava para enfrentar 28 horas de viagem para Salvador. Apesar do cansaço e das acomodações precárias, ele disse que estava satisfeito.

“Foi muito boa a integração. Interagi com povos e costumes diferentes. Apresentamos nossa experiência de economia solidária e tivemos uma participação ativa. A economia solidária significa um ajudando o outro, com ajuda humanitária e troca de serviços”, explicou Edson, que vive com uma renda de R$ 400 a R$ 450 por mês catando materiais recicláveis.

A estudante de Ciências Sociais Maria de Lourdes Fernandes Silva, ligada ao Movimento Camponês Popular (MCP), aprovou a oportunidade de ter debatido com diversos movimentos sociais, o que permitiu ver que tinham mais semelhanças do que diferenças. “Só quem esteve aqui vivenciando esses dias todos sabe o que significou. A união de todos os movimentos sociais foi muito interessante. O Brasil só vai resolver nossos problemas com a participação de todos. Não são só os poderosos que vão encaminhar nossas vidas. Todos devemos lutar por um futuro comum”, disse Maria de Lourdes, que veio de Catalão, Goiás.

A universitária de jornalismo Marina Muniz Mendes, também do MCP, disse que voltava para Goiânia com uma bagagem de experiências maior do que quando chegou ao Rio. “Tivemos dificuldades com alojamentos, banheiros e deslocamento. Mas se estamos aqui junto com 8 mil pessoas é porque estão todos acreditando em alguma coisa. Participar disso, apesar do cansaço e de todos os problemas, é muito importante, porque nos dá mais força para continuar nossa luta. A gente sabe que não está sozinho, que tem outras pessoas participando e querendo mudar as coisas”, disse Marina.

+ Mais

Energia renovável é principal assunto de Hillary Clinton em seu único dia na Rio+20
22/06/2012 - 6h04 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves - Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, participa hoje (22) do encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A ideia é mostrar que os Estados Unidos estão dispostos a investir nos instrumentos que viabilizam o desenvolvimento sustentável. Ela discursará por cerca de dez minutos na sessão plenária da conferência e concederá entrevista coletiva.

No discurso, Hillary deve anunciar o lançamento de novo mecanismo de financiamento para a energia limpa e defender as medidas que levam ao desenvolvimento sustentável com inclusão social. O mecanismo anunciado por ela alinhava diferentes tipos de apoio para atrair investimentos do setor privado a projetos de energia limpa, principalmente na África.

Hillary deverá fazer o anúncio acompanhada pela presidenta da Overseas Private Investment Corporation (Opic), Elizabeth Littlefield. A Opic é uma espécie de agência reguladora para o setor energético norte-americano.

Como exemplo de uso sustentável de combustíveis no Brasil, os assessores norte-americanos mencionam o Programa Nacional do Álcool (Proalcool), criado em 1975, que substituiu os combustíveis fósseis. Os especialistas norte-americanos também acompanharam as pesquisas e os avanços no Brasil da introdução do etanol obtido da cana-de-açúcar para mover automóveis. Nos Estados Unidos, a produção de etanol foi incrementada e atualmente há pesquisas com a utilização de resíduos de cultivos agrícolas.

Nos últimos meses, foram intensificadas as negociações para uma parceria entre os dois países. Os pesquisadores brasileiros testam a produção de etanol a partir de resíduos na planta norte-americana. As pesquisas são conduzidas, no Brasil, pela Petrobras, que lançou recentemente esse produto denominado etanol de segunda geração.
Fonte: Agência Brasil

 
 
 
 

 

Oceanos  
 
 
 
 
     
VEJA
NOTÍCIAS AMBIENTAIS
DIVERSAS
Acesse notícias variadas e matérias exclusivas sobre diversos assuntos socioambientais.

 
 
 
 
Conheça
Conteúdo
Participe
     
Veja as perguntas frequentes sobre a Agência Ecologia e como você pode navegar pelo nosso conteúdo.
Veja o que você encontrará no acervo da Agência Ecologia. Acesse matérias, artigos e muito mais.
Veja como você pode participar da manutenção da Agência Ecologia e da produção de conteúdo socioambiental gratuito.
             
 
 

 

 

 

 
 
 
 
 
     
ACESSE O UNIVERSO AMBIENTAL
DE NOTÍCIAS
Veja o acervo de notícias e matérias especiais sobre diversos temas ambientais.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça nosso compromisso com o jornalismo socioambiental independente. Veja as regras de utilização das informações.
Entre em contato com a Agência Ecologia. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
A Agência Ecologia disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 45 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
Agência Ecologia
     
DESTAQUES EXPLORE +
SIGA-NOS
 

 

 
Agência Ecologia
Biodiversidade Notícias Socioambientais
Florestas Universo Ambiental
Avifauna Sobre Nós
Oceano Busca na Plataforma
Heimdall Contato
Odin Thor
  Loki
   
 
Direitos reservados. Agência Ecologia 2024-2025. Agência Ambiental Pick-upau 1999-2025.