Aves
podem apresentar evidências das mudanças climáticas
Estudo
realizado na Austrália indica alteração
de tamanho das aves em relação ao clima
08/04/2020 – Uma pesquisa
realizada pela Universidade Nacional da Austrália
(Australian National University, em inglês) traz um
novo cenário para o entendimento de como as aves
e os mamíferos estão respondendo ou se adaptando
às mudanças climáticas.
Pesquisadores afirmam que
as descobertas oferecem insights de como as pressões
sobre populações selvagens resultarão
em sua sobrevivência. A manutenção de
futuras gerações dependerá de como
elas serão capazes de responder as consequências
dessas mudanças climáticas.
Reprodução/Pixabay/Wikipedia
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O estudo indica que além
da mudança de local e um avanço no momento
da criação para o acompanhamento das estações
quentes, animais têm apresentado alterações
no tamanho médio do corpo. Entretanto, apresar das
previsões de que o tamanho do corpo diminuirá
com o aumento da temperatura média, algumas espécies
apresentaram aumento no tamanho, mas nenhum estudo ainda
foi capaz de explicar as variações.
Uma equipe de pesquisadores
liderados pela Dra. Janet Gardner mediu milhares de espécimes
de museus, de 82 espécies de aves australianas para
buscar uma mudança nos corpos ao longo de 50 anos.
Os pesquisadores também verificaram como o clima
mudou na região de cada espécie durante esse
período.
"Os pássaros
são realmente os 'canários da mina de carvão'
quando falamos sobre o impacto que a mudança climática
está causando nos animais", disse Gardner ao
Phys.
Reprodução/Pixabay/Wikipedia
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"Como as aves podem
ter apenas reservas limitadas de corpo devido às
restrições de voo, elas podem ser mais vulneráveis
às mudanças climáticas do que os mamíferos".
Para os cientistas as aves
estão alterando o tamanho do corpo para acompanhar
as mudanças climáticas, dependendo da localização
geográfica e do clima a que são submetidas.
"Em climas muito quentes
e secos, como desertos, as aves tendem a aumentar de tamanho.
Acreditamos que isso ocorre porque as aves pequenas têm
menos probabilidade de sobreviver às ondas de calor,
que se tornaram mais frequentes nos últimos 50 anos",
afirmou Gardner.
"Com um tamanho corporal
maior, vem a capacidade de transportar mais reservas corporais,
o que pode permitir que os indivíduos sobrevivam
mais tempo quando expostos a ondas de calor e outros eventos
extremos”.
"No entanto, aumentar
tem seus próprios custos - aumenta demais e fica
difícil vazar o calor de maneira eficaz. Há
evidências de que populações de algumas
espécies maiores de aves no deserto de Mojave, nos
Estados Unidos, entraram em colapso em resposta ao aumento
das temperaturas".
Reprodução/Pixabay/Wikipedia
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Segundo Gardner, durante
o mesmo período, as aves em regiões temperadas,
onde as temperaturas no inverno estão ficando mais
quentes, ouve redução no tamanho do corpo.
"Aves menores podem sobreviver a esses invernos mais
amenos, onde não podiam há 50 anos",
disse ela.
“Se os animais podem
mudar rápido o suficiente para acompanhar o clima
e aquecimento, rápido continua sendo uma questão
em aberto e que requer atenção urgente”,
disse Gardner.
"Há um limite
para a quantidade que o tamanho do corpo pode mudar sem
afetar a sobrevivência e a reprodução
de uma espécie. É por isso que essas mudanças
nas populações de aves são tão
importantes para documentar", disse ela.
"As aves do deserto
na Austrália que estudamos parecem particularmente
vulneráveis. Nosso estudo indica que aves e mamíferos
em climas quentes e secos ao redor do mundo provavelmente
são vulneráveis".
O estudo foi publicado na
Royal Society Open Science.
Projeto Aves realiza diversas
atividades voltadas ao estudo e conservação
desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos
quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria
e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine;
produção e plantio de espécies vegetais,
além de atividades socioambientais com crianças,
jovens e adultos, sobre a importância da conservação
das comunidades de avifauna.
Da Redação,
com informações da Australian National University
e Phys
Fotos: Reprodução/Pixabay/Wikipedia