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Canto de ave macho atrai concorrentes e afasta fêmeas
Pesquisa realizada na Holanda traz uma nova visão sobre a relação de aves canoras

26/06/2020 – Uma ave comum na Europa e na Ásia traz novas constatações sobre a vocalização de espécies canoras. As fêmeas do chapim-real (Parus major) se afastam dos territórios onde os melhores cantos dos machos acontecem. Por outro lado, os machos concorrentes são atraídos para essas regiões onde os cantos são mais elaborados. A conclusão está em uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Wageningen, na Holanda, em parceria com o Instituto Holandês de Ecologia (NIOO-KNAW). Os resultados do estudo surpreenderam os pesquisadores, pois destacam o contrário do que se sabia em relação de como os machos atraiam as fêmeas e afastavam seus concorrentes.

Estudos anteriores mostravam que as aves costumam trair seus parceiros, desta forma, era plausível que os machos utilizassem seu canto para atrair fêmeas mais próximas. Entretanto, a pesquisa apresenta um resultado diferente do que se sabia.

Reprodução/Pixabay

 



“Nosso conhecimento até hoje sobre o comportamento diário entre machos e fêmeas é amplamente baseado no conhecimento em condições de laboratório, porque é muito difícil seguir um pássaro canoro por um longo tempo”, explica o professor Marc Naguib, um dos autores da pesquisa. “Sabemos quais cores são preferidas pelas fêmeas e quais músicas elas preferem se exibem uma reação imediata. Mas como elas mostram comportamento territorial e respondem aos machos em campo aberto era até agora quase desconhecido.”

Segundo Nina Bircher, uma das autoras do estudo, eles esperavam que os machos mais entusiasmados pudessem atrair mais fêmeas, mas os resultados mostram um panorama bem diferente. Os chapins-reais machos com vocalizações mais elaboradas e extensas, que iniciam o canto mais cedo e apresentavam mais persistência, atraíram menos fêmeas. Por outro lado, outros machos se aproximaram do território de seus concorrentes atraídos pela vocalização, descrevem os pesquisadores na revista Behavioral Ecology.

Reprodução/Wikipedia

 



As respostas para esse comportamento ainda são desconhecidas. “Os machos podem entrar no território do competidor para verificar por que esse competidor é melhor do que eles, ou por que ele pode ser mais adequado para produzir descendentes”, explica Naguib. Independente das razões pelas quais essas atitudes ocorrem, o estudo traz um novo caminho sobre a complexa rede social e a comunicação de aves canoras.

Segundo os pesquisadores, uma suposição de que fêmeas do chapim-real entram com mais frequência em uma área estranha na época do período fértil, não parece se sustentar cientificamente. A suposição é que a fêmea visitaria outras áreas com objetivo de acasalar com pares extras. No entanto, a pesquisa mostra que a fêmea vai até outros territórios, além dos seus para postar seus ovos, em um trabalho para obter alimento para seus filhotes.

Reprodução/Pexels

 



Os pesquisadores colocaram transmissores de rádio em 80 chapins-reais, divididos entre machos e fêmeas. Emitindo um sinal digital a cada cinco segundos, fornecendo grande quantidade de dados. Foram mais de 35 milhões de registros, tornando o estudo mais extenso já realizado com aves monitoradas por rádio. “Um único dia neste estudo nos forneceu mais informações do que às vezes reunimos em meses”, esclarece Naguib com orgulho.

Cento e trinta receptores coletaram os sinais dos transmissores instalados nos chapins-reais, próximos às caixas de nidificação. Os resultados puderam registrar o comportamento espacial das aves. Com uma rede de gravadores com áudios programados registrou de forma simultânea a vocalização dos machos. Os dados demonstram 30 mil movimentos para outras áreas relacionadas às aves que vocalizaram entre as 5h e às 8h da manhã.

Reprodução/Pixabay

 



Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações da Revista Planeta
Fotos: Reprodução/Wikipedia/Pixabay

   
 

 

   
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