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Pinguins-monstros da Nova Zelândia tinham parentes no Norte
Aves encontradas no Japão e na América do Norte tinham grande semelhança com exemplares neozelandeses

17/07/2020 – Um estudo publicado na revista científica “Journal of Zoological Systematics and Evolutionary Research”, demonstra que os pinguins-monstros da Nova Zelândia que viveram há 62 milhões de anos tinham ‘dublês’ no Japão, Estados Unidos e Canadá.

Pesquisadores identificaram muitas semelhanças entre ossos fossilizados dos pinguins da Nova Zelândia com um grupo de aves mais jovens do hemisfério norte, os chamados plotopterídeos. Essas evidências podem auxiliar no entendimento de como essas aves passaram a usar asas para nadar, ao invés de voar.

Há cerca de 62 milhões de anos, os primeiros pinguins registrados costumavam nadar em mares tropicais, onde hoje está a Nova Zelândia. Os pesquisadores descobriram os fósseis em Waipara, no centro-leste da Ilha Sul. Os paleontólogos identificaram nove espécies que tinham tamanhos variados, de pequenos pinguins, como os atuais pinguins-de-olho-amarelo, até indivíduos com 1,6 metro de altura.

Segundo os pesquisadores, os plotopterídeos se desenvolveram no hemisfério norte bem mais tarde que os pinguins, com o aparecimento entre 37 e 34 milhões de anos atrás. Como os pinguins, os plotopterídeos usavam as asas para nadar, mas foram extintos há cerca de 25 milhões de anos.


Gerald Mayr, do Instituto de Pesquisa Senckenberg e do Museu de História Natural de Frankfurt, na Alemanha, liderou o estudo que comparou os ossos fossilizados de plotopterídeos com espécimes de pinguins gigantes waimanu, muriwaimanu e sequiwaimanu da coleção do Museu de Canterbury, em Christchurch, na Nova Zelândia.

A pesquisa evidenciou que os pinguins antigos e os plotopterídeos possuíam bicos longos semelhantes, com narinas e fendas parecidas e também ossos do peito, do ombro e asas similares. As semelhanças indicam que os dois grupos eram excelentes nadadores e que usavam as asas para impulsão sob a água na captura de alimento.

Os maiores plotopterídeos já registrados chegavam a 2 metros, enquanto os pinguins gigantes tinham cerca de 1,6 metro de altura. Mas apesar de tantas características em comum, os plotopterídeos são mais relacionados aos atobás, mergulhões e biguás, do que os próprios pinguins.

“O que é notável sobre tudo isso é que os plotopterídeos e os pinguins antigos desenvolveram esses recursos compartilhados independentemente”, explica Vanesa De Pietri, do Museu de Canterbury, coautora do estudo. “Esse é um exemplo do que chamamos de evolução convergente, quando organismos relacionados à distância desenvolvem características morfológicas semelhantes sob condições ambientais semelhantes.”

Segundo Paul Scofield do Museu de Canterbury, um dos autores, as espécies de pinguins eram muito parecidos aos plotopterídeos. “Esses pássaros evoluíram em diferentes hemisférios, com milhões de anos de diferença, mas a distância você teria dificuldade em diferenciá-los”, explica. “Os plotopterídeos pareciam pinguins, nadavam como pinguins, provavelmente comiam como pinguins – mas não eram pinguins.”

Mayr diz que a evolução entre os grupos pode sugerir a capacidade de nadar com as asas. “O mergulho com asas é bastante raro entre os pássaros; a maioria dos pássaros nadadores usa os pés”, diz. “Acreditamos que tanto os pinguins quanto os plotodopterídeos tinham ancestrais voadores que mergulhavam na água vindos do ar em busca de alimento. Com o tempo, essas espécies ancestrais melhoraram a natação e pioraram seu voo.”

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações da Revista Planeta

 
 
 
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