Aquecimento
global pode reduzir fonte de alimentos de aves
Extinção
pode atingir espécies que eram comuns até
o final do século
18/11/2020 – Um cenário
de aquecimento global rápido pode representar um
desastre para diversos grupos de animais na Terra, incluindo
as aves. Esse é o diagnóstico de um novo estudo
em que aves que dependem de fontes específicas de
alimentos, que costumam ser abundantes em alguns períodos
do ano, pode não conseguir se adaptar com a velocidade
necessária para mudanças em padrões
sazonais que a crise climática vem apresentando.
A pesquisa foi idealizada
por cientistas da Universidade Norueguesa de Ciência
e Tecnologia e da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
O estudo tem foco nos hábitos alimentares. A pesquisa
demonstrou que invernos mais quentes e primaveras subsequentes,
fazem as árvores florirem e frutificarem mais cedo,
o que pode levar as larvas que se alimentam dessas plantas
também eclodirem mais cedo, deste modo, criando um
problema para a oferta de alimentos para algumas aves.
Os chapins estão
entre as muitas espécies que dependem de uma grande
oferta de larvas para se alimentarem e criar seus filhotes.
Os ovos eclodem mais cedo do que outros e isso causa uma
lacuna temporal da oferta de alimentos. Em um mundo de rápido
aquecimento isso seria fatal para essas espécies.
Entretanto, utilizando modelos
populacionais e comparando-os com os diversos cenários
de mudanças climáticas, os pesquisadores concluíram
que, eventualmente, se os filhotes nascerem cada vez mais
cedo, os chapins teriam muita dificuldade em sobreviver.
“Quando o clima muda, as interações
entre as diferentes espécies também mudam”,
disse Emily Simmonds, professora associada do Departamento
de Biologia do NTNU, ao Independent.
“Se as mudanças
acontecerem muito rápido, as espécies podem
se extinguir. Dadas as condições com grandes
emissões de gases de efeito estufa, os chapins nem
sempre serão capazes de acompanhar as mudanças
no fornecimento de larvas”, disse ela.
Segundos os pesquisadores,
na pior das hipóteses, quando larvas surgem cerca
de 24 horas antes do normal, populações inteiras
de chapins, podem simplesmente desaparecer até o
ano de 2100, pois não será possível
encontrar alimento para seus filhotes e sua população
entrará em colapso. “Isso pode acontecer mesmo
que os chapins também modifiquem seu comportamento
mais rapidamente em um ambiente que também muda rápido.
As larvas podem estar mudando ainda mais rápido do
que os grandes chapins ”, disse Simmonds.
“Pode ser que a aparente
estabilidade de hoje esteja escondendo um colapso futuro”,
alertou. “A razão é que podemos chegar
a uma espécie de limiar, em que os chapins não
estão nos acompanhando. O elástico foi esticado
demais, você poderia dizer” e acrescenta “A
boa notícia é que as populações
serão capazes de sobreviver a cenários com
tendências de aquecimento menores ou médias”.
Outras populações
de aves já estão sofrendo diretamente os impactos
das mudanças climáticas. Nos últimos
tempos foram registradas mortes em massa de aves no Novo
México, Colorado, Texas, Arizona e Nebraska, todos
estados americanos. Ondas de calor recordes, incêndios
florestais colossais e nuvens gigantescas de fumaça
estão sendo indicadas como as principais causas de
mortes de aves migratórias. A pesquisa foi publicada
na revista Ecology Letters.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações Independent
Fotos: Reprodução/Pixabay