Aves
podem usar mapas magnéticos para fazer as migrações
Pesquisa
indica que esses mapas podem cobrir todo o planeta
11/03/2021 – Ano após
ano, bilhões de aves canoras migram por milhares
de quilômetros entre a Europa e a África, para
se reproduzirem sempre nos mesmos lugares escolhidos em
suas primeiras jornadas.
A extraordinária
capacidade de precisão na navegação
dessas aves que viajam pelos mais difíceis ambientes
como mares revoltos, grandes desertos e climas extremos,
sempre foi um enigma do comportamento dessas pequenas aves
canoras.
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Rouxinol-pequeno-dos-caniços.
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Já era sabido que
as aves que sofrem com a ação de ventos e
acabam se deslocando de suas rotas migratórias originais
conseguem retornar ao curso correto, naqueles casos onde
essas viagens já tenham sido realizadas. O que significa
uma habilidade de navegação dessas aves. Em
que algumas são elaboradas a partir do senso de direção
da bússola, que abrange um mecanismo para encontrar
o caminho de volta para casa, apesar de nunca terem passado
por essas regiões.
Um novo estudo com o rouxinol-pequeno-dos-caniços
(Eurasian reed warbler) revela que essa extraordinária
capacidade envolve um “mapa magnético”,
que se assemelha com o sistema de coordenadas humano. A
pesquisa conseguiu verificar que as aves podem entender
o campo magnético de regiões a milhares de
quilômetros em áreas que nunca estiveram, como
se tivessem um aparelho de GPS, que os ajudam a retornar
para casa de qualquer parte do planeta.
Os cientistas já
sabiam que as aves desenvolvem uma espécie de mapa
de navegação que os auxiliam nessas migrações.
Apesar disso, ainda é uma dúvida de como eles
conseguem realizar essa façanha. Pesquisadores já
sugeriram muitas teorias como odores e variações
na gravidade.
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Rouxinol-pequeno-dos-caniços.
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Contudo, agora um conjunto
de evidências sugere que o campo magnético
da Terra seja a solução mais provável
para que essas aves consigam migrar por longas distancias.
Criando uma espécie de grade com linhas norte-sul
e leste-oeste.
Segundos os pesquisadores,
isso ocorre em função da intensidade magnética,
a inclinação magnética e a superfície
do planeta que vão de norte a sul. A declinação
magnética, que é diferença entre a
direção do polo norte magnético e o
polo norte geográfico, resulta o eixo leste-oeste.
Apesar dos pesquisadores
concordarem que algumas aves podem navegar por meio do campo
magnético da Terra, eles não puderam afirmar
de forma precisa qual dispositivo sensorial as aves usam
para identificar esses parâmetros. Contudo, se as
aves conseguiram aprender que a intensidade magnética
se amplia conforme se aproximam do norte, elas podem ser
capazes de determinar sua posição no eixo
norte-sul, independente de onde estejam. Com base nessas
descobertas, os pesquisadores teorizam sobre como essas
aves podem calcular sua posição e se preciso
corrigir seu rumo.
Para os pesquisadores, as
aves navegam utilizando um sistema parecido com as nossas
coordenadas cartesianas, com base na navegação
moderna, através do sistema de GPS. Se essa teoria
se confirmar, isso significa que as aves podem ser capazes
de identificar os parâmetros do campo magnético
e determinar sua localização em qualquer parte
do planeta.
Entretanto, até o
momento não existem evidências contundentes
que comprovem essa tese. Esse novo estudo com rouxinol-pequeno-dos-caniços
(Acrocephalus scirpaceus), é segundo os pesquisadores,
o primeiro a apresentar provas claras que as aves podem
usar esses parâmetros na migração.
Para comprovar a tese, os
pesquisadores utilizaram uma técnica conhecida como
“deslocamento virtual”. Observando o comportamento
de orientação das aves, quando colocadas em
uma pequena gaiola conhecida como “funil de Emlen”.
Segundo os cientistas, quando uma ave voa na gaiola ela
deixa rastros na direção para qual está
seguindo.
Ao analisar os dados, os
pesquisadores perceberam que essa direção
era a mesma usada na migração. Para compreender
se as aves faziam seu curso desde a decolagem usando campos
magnéticos, os pesquisadores colocaram os funis de
Emlen dentro de uma “bobina de Helmholtz”, um
dispositivo que é capaz de alterar a natureza do
campo magnético, no entorno da ave. Com essa técnica,
os cientistas conseguiram criar um deslocamento virtual.
Mas os pesquisadores salientam
que essa tese para o rouxinol-pequeno-dos-caniços,
não necessariamente se aplica a outras aves canoras
migratórias, que podem ter outros sistemas de navegação.
Sabemos que aves marinhas, por exemplo, precisam de referências
olfativas para navegação, afirmam.
Os cientistas acreditam
estarem mais próximos para desvendar o enigma de
como as aves migram utilizando pistas magnéticas.
Contudo, as evidências comportamentais nos levam a
destacar o campo magnético da Terra como ponto principal
desse comportamento das aves.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações do The Conversation e agências
internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay