Corte
francesa proíbe caça de aves canoras com armadilhas
de cola
França
era o único país da União Europeia
que mantinha a prática
21/07/2021 – Uma ótima
decisão para a conservação da biodiversidade.
O mais alto tribunal de apelações da França
decidiu que a caça de aves canoras, por meio de armadilhas
de cola, é ilegal e que a prática viola a
legislação da União Europeia.
Durante décadas,
caçadores, sobretudo no sul da França, utilizam
a armadilha com galhos e cola para capturar essas aves,
por vezes usando também o canto de outras aves presas
em gaiolas para atraí-las. Segundo esses caçadores,
as aves são usadas para esporte ou alimentação.
Os caçadores afirmam
que essas aves canoras são soltas depois ilesas,
mas conservacionistas dizem que a técnica captura
uma infinidade de espécies e costuma deixar os indivíduos
feridos, incluindo penas arrancadas ou danificadas. No ano
passado a Agência Ambiental Pick-upau solicitou ao
presidente Emmanuel Macron, para que transformasse a suspensão,
aplicada à época, como uma ação
definitiva e permanente no território francês.
A legislação
europeia proíbe essa prática desde 1979, com
a justificativa de que o processo é cruel e perigoso
para espécies, sobretudo, aquelas ameaçadas.
Apesar da lei, a França persistia em manter a autorização,
através de um decreto de 1989, que permitia essa
captura com cola, com a justificativa de que essa captura
fosse “seletiva, controlada e em quantidade limitada”,
que por óbvio não seria possível.
Segundo um comunicado do
tribunal, nem o governo, nem a federação de
caçadores franceses apresentaram “provas suficientes”
de que outras aves não são capturadas, além
das visadas não sofrerem com a prática, ou
ainda, que as aves prendidas seriam soltas sem danos físicos.
Vale ressaltar que o tribunal da EU decidiu que as aves
capturadas, mesmo que limpas e soltas, podem apresentar
ferimentos irreparáveis.
“Finalmente estamos
virando a página sobre essa prática de caça
de outra época e entrando no século 21 que
é mais respeitoso com o meio ambiente”, comemorou
Allain Bougrain-Dubourg, chefe da liga francesa de proteção
de aves, em declaração à AFP. Por outro
lado, o presidente da associação nacional
a favor da caça, Eric Camoin, afirma que a decisão
não passa de um lobby. “Cedeu ao lobby do ministro
do Meio Ambiente e dos inimigos da caça”.
Desta forma, a França
foi o último membro da UE a permitir o uso das armadilhas
com captura de até 42.000 aves, apesar do presidente
Emmanuel Macron tenha suspendido a caça em agosto
passado, enquanto se aguarda a decisão do tribunal
da UE, como a Agência Ambiental Pick-upau havia noticiado.
Ativistas afirmam que cerca
de 150.000 aves morrem anualmente na França por conta
de técnicas de caça não seletivas,
como essas armadilhas com cola, além de redes. Estudos
recentes apontam uma queda significativa da população
de aves na Europa.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay