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Novo estudo diz que algumas aves estão desaparecendo mais rápido que outras
Pesquisa foi realizada em espécies na Nova Zelândia

03/08/2021 – Uma nova pesquisa publicada no New Zealand Journal of Ecology, revela que famílias de aves florestais mais antigas estão morrendo mais rápido em relação as mais novas. Segundo comunicado do Manaaki Whenua Landcare Research, isso deve alterar a forma como a Nova Zelândia realiza o trabalho de conservação.

O estudo compilou dados coletados por milhares de observadores de aves publicados em dois atlas da Sociedade Ornitológica da Nova Zelândia, divulgados na década de 1970 e no inicio dos anos 2000. Segundo Susan Walker, autora do estudo, o tempo em que as aves ancestrais viveram tiveram importante papel na rapidez em que estavam desaparecendo.

A pesquisa descobriu que características como aves maiores fazendo ninhos em cavidades de árvores e viajando menos, eram mais comuns em espécies que estavam evoluindo na Nova Zelândia há mais tempo. Por outro lado, essas características também ficaram mais vulneráveis às duas principais ameaças que as aves da Nova Zelândia enfrentam os predadores introduzidos e perda de habitat.


Reprodução/Pixabay

 



Walker explica que as espécies ancestrais que chegaram há muito tempo são chamadas de endêmicas e as primeiras foram nomeadas de “endêmicas profundas” que incluem o kiwi, kokako, kakapo, kea, whiteheads, entre outras. Em seguida vieram os endêmicos como tui, bellbirds, kereru e patos azuis, depois vieram àquelas espécies mais novas como a toutinegra-cinza.

“[Endemias profundas] evoluíram isoladamente na Nova Zelândia, [elas] desenvolveram essas características especiais que só ocorrem na Nova Zelândia. As aves endêmicas não são apenas nossa, elas são do mundo. Se perdermos kiwis aqui, o mundo perderá kiwis. Moa também era uma ordem endêmica, e todo esse ramo da árvore da vida foi perdido quando perdemos a moa”, explica Walker.

A perda de habitat é um fator importante e pode ter implicações imprevisíveis para a conservação na Nova Zelândia. Em um primeiro momento, isso limitaria a recuperação da população de algumas aves florestais, sobretudo aquelas endêmicas e com pouca mobilidade, explica Walker. Grande parte da Ilha do norte e quase toda a costa leste da Ilha do Sul tiveram suas matas nativas impactadas, comprometendo a sobrevivência das espécies que vivem e nidificam em cavidades e que não conseguem se locomover de forma mais ativa.

Walker também explica que aves maiores também necessitam de mais alimento e muitos desses pássaros se refugiaram nas florestas mais frias e com menos oferta de alimentos. “Eles se retiram para os lugares que seus predadores menos gostam, mas não são ideais para restauração.”


Reprodução/Pixabay

 



Para a pesquisadora, deveria haver um trabalho de controle de pragas em florestas mais quentes com fontes de alimentos mais abundantes, ao invés de apenas priorizar últimos refúgios mais frios onde aves endêmicas se escondiam.

As aves endêmicas evoluíram para viver nessa região, assim elas podem estar mais adaptadas a competir pela sobrevivência. “À medida que os predadores são removidos, é provável que haja um aumento nas espécies endêmicas ... mas o número algumas espécies pode cair.” “Você pode entrar em uma floresta e ouvir muitos pássaros canoros cinzentos e pensar, 'isso é ótimo', mas você pode não estar olhando para uma floresta saudável.”

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
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