Grandes
cérebros de aves podem ter ajudado a sobreviver à
extinção dos dinossauros
Cérebros
das aves deixaram dinossauros não aviários
pra trás
19/08/2021 – Com exceção
dos mamíferos, as aves vivas têm os cérebros
mais complexos entre os animais conhecidos e um novo estudo
sugere que essa característica foi determinante para
que elas sobrevivessem à extinção em
massa dos dinossauros não aviários.
A pesquisa foi realizada
na Universidade do Texas, em Austin e teve como base um
fóssil de 70 milhões de anos de uma ave chamada
Ichthyornis. Essa espécie possui um conjunto de características
parecidas as de um dinossauro aviário e não
aviário. Suas mandíbulas estavam repletas
de dentes, mas com um bico na ponta.
A boa conservação
do crânio, que está quase completo, permitiu
que os pesquisadores analisassem o cérebro da ave
e avaliassem a hipótese de que esses cérebros
tinham um importante papel em sua sobrevivência.
Por meio de imagens de tomografia
computadorizada, os pesquisadores conseguiram criar um molde
em 3D idêntico do crânio do Ichthyornis chamado
de endocast. Depois os cientistas compararam esse modelo
com os endocasts de aves vivas e parentes de dinossauros
mais distantes.
“Se uma característica
do cérebro afetasse a sobrevivência, esperaríamos
que estivesse presente nos sobreviventes, mas ausente nas
vítimas, como Ichthyornis. Isso é exatamente
o que vemos aqui”, diz Christopher Torres, principal
autor do estudo.
Os pesquisadores chegaram
a resultados que indicavam que o cérebro de Ichthyornis
possuía semelhanças com dinossauros não
aviários do que com aves vivas. Segundo os cientistas,
os pássaros vivos têm hemisférios cerebrais
bem maiores do que Ichthyornis. Portanto, esse padrão
pode sugerir que essas funções podem estar
ligadas a sobrevivência e à extinção
em massa.
Segundo Julia Clarke, professora
da Escola de Geociências da UT Jackson e co-autora
do estudo, o fóssil foi fundamental para essa nova
tese. “Este fóssil nos ajuda muito e estamos
mais perto de responder algumas perguntas persistentes sobre
pássaros vivos e sua sobrevivência entre os
dinossauros”. A pesquisa foi financiada pelo Programa
de Educação Científica do Howard Hughes
Medical Institute, pela Jackson School of Geosciences e
pelo American Museum of Natural History.
Referência: Christopher
R. Torres et al. Evolução neurocraniana e
da massa corporal das aves durante a extinção
em massa do fim do Cretáceo: a forma do cérebro
das aves deixou outros dinossauros para trás. DOI:
10.1126 / sciadv.abg7099
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay