Em
busca do pica-pau-bico-de-marfim
Cientistas
procuram ave que o governo dos EUA diz estar extinta na
natureza
20/03/2023 – Pesquisadores
buscam evidências para declarar ou não a extinção
do pica-pau-bico-de-marfim. O governo dos Estados Unidos
declarou essa e outras 22 espécies como extintas.
Foram retirados da lista
de espécies ameaçadas por não
serem avistadas por muitos anos. A perda de habitat, poluição
e aquecimento global estão entre as razões
destas extinções.
Por outro lado, especialistas divergem da
decisão do governo e informam que ainda é
cedo para determinar a remoção das espécies
das listas e consequentemente a proteção destes
animais. Eles acreditam que muitas espécies podem
ressurgir e por isso pesquisadores estão em busca
do pica-pau-bico-de-marfim, desde que ele foi supostamente
visto por um canoísta no pântano do sul em
2004.
Segundos especialista, quando mantemos uma
espécie da lista de ameaçados estamos pensando
sobre o manejo de seus habitats, mas segundo o departamento
US Fish and Wildlife, desde 1944 o pica-pau-bico-de-marfim
não é avistado na natureza. O departamento
de vida selvagem dos EUA diz ainda que outras 22 espécies
estão nesta lista que inclui, além de aves,
morcegos e mexilhões de água doce.
Um estudo publicado em 2006, pelo Center for
Biological Diversity, diz que o Congresso americano disponibiliza
apenas 3,5% do financiamento necessário para recuperar
as espécies, indicam os próprios cientistas
do Serviço de Pesca e Vida Selvagem. Uma em cada
quatro espécies, aproximadamente, recebe menos de
US$ 10 mil por ano para sua recuperação ou
manutenção. Agora o presidente Joe Biden ampliou
os recursos do US Fish and Wildlife em cerca de US$ 60 milhões
para espécies ameaçadas, o maior aumento da
história do departamento.
Segundo informações do próprio
governo, a maioria das espécies sob a proteção
federal, 99%, não foi extinta. Desde 1975, 54 espécies
deixaram a lista de ameaçadas, depois de projetos
de conservação e recuperação,
como a águia-careca, o pelicano-marrom e as baleias-jubarte.
Contudo esses casos representam apenas 3% das espécies
da lista.
É importante salientar também
que a União Internacional para a Conservação
da Natureza (IUCN), organização não
governamental referência mundial no assunto, não
colocou o pica-pau-bico-de-marfim em sua lista de extinção,
pois acredita que seja possível que as aves existam
ainda em Cuba, mas a espécie consta como “criticamente
ameaçadas de extinção”.
Segundo a IUCN, apesar do declínio
das espécies, os habitats em todo sudeste dos Estados
Unidos vêm se recuperando. Por outro lado, a perda
de habitat e a caça em Cuba representam uma grande
ameaça. Vários observadores de pássaros
acreditam que as buscas não acabaram e o pica-pau-bico-de-marfim
ainda pode estar voando pelas regiões.
Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa
da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin,
o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação
desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos
quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria
e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine;
produção e plantio de espécies vegetais,
além de atividades socioambientais com crianças,
jovens e adultos, sobre a importância em atuar na
conservação das aves.
Da Redação, com informações
de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay