Aves
evitam recompensas fáceis, por alimento mais saboroso,
diz estudo
Inteligência
e comportamento: Espécie mostra autocontrole em testes
cognitivos
05/05/2023 – Pesquisadores
da Universidade de Cambridge divulgaram um estudo que indica
que gaios-da-eurásia evitam recompensas imediatas
para aguardar por um alimento mais atrativo e saboroso.
A espécie ainda apresentou mais autocontrole e atingiu
mais pontos em testes cognitivos, o que pode sugerir um
nível de inteligência maior ou mais sofisticado.
Segundo Alex Schnell, principal
autor da pesquisa, este comportamento já havia sido
verificado em chimpanzés e chocos, um molusco marinho.
A pesquisa publicada na revista Philosophical Transactions
of the Royal Society B, realizou testes com dez indivíduos,
que receberam gavetas com um símbolo diferente na
frente, onde cada compartimento continha uma guloseima diferente.
Com o passar do tempo, as
aves aprenderam que cada símbolo significava um tipo
diferente de recompensa. Algumas gavetas já ofereciam
o alimento direto, outras tinham obstáculos, como
um segundo compartimento. Em outros casos, uma terceira
gaveta ficava indisponível. As aves também
aprenderam que quando escolhiam uma recompensa, outras eram
removidas.
Os pesquisadores verificaram
as preferências de cada ave, o tempo de escolha e
se elas estavam dispostas a esperar por um verme mais suculento
em uma gaveta de ‘atraso’, em relação
a uma recompensa mais fácil, como um pedaço
de pão ou queijo. Os experimentos realizados com
as aves são semelhantes ao teste do marshmallow,
desenvolvido com crianças por pesquisadores da Universidade
de Stanford, nas décadas de 1960 e 70. Nele as crianças
tinham que escolher entre um único marshmallow de
fácil acesso ou dois doces, se resistissem comer
o primeiro em um tempo determinado, mais longo.
Na versão do experimento
com as aves, ainda que houvesse uma variação
no tempo das medições, os gaios-da eurásia
estavam dispostos a esperar por um lanche mais atrativo.
Contudo, conforme aumentava o tempo para acessar a comida
mais saborosa, os animais ficavam mais inquietos.
Segundo os pesquisadores,
alguns indivíduos aguardaram 20 segundos e falharam
em novas tentativas. Contudo, outros espécimes esperaram
até cinco minutos e meio. Os pesquisadores afirmam
ainda, que as aves mostraram poucos sinais de espera, quando
a oferta mais suculenta foi disponibilizada na gaveta indisponível,
ou seja, as aves adiavam a recompensa somente quando era
realmente vantajoso para elas.
Outras espécies já
haviam sido testadas no experimento do marshmallow, como
pombos, mas este estudo avança nas perspectivas.
Os gaios que resistiram mais tempo às guloseimas,
também mostraram inteligência geral mais elaborada.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay