O
que ajuda as aves que vivem nas áreas urbanas
Quais
características fundamentais para aves sobreviverem
nas grandes cidades
06/06/2023 – Com o
avanço das cidades e áreas urbanas, a fauna
vem cada vez mais sendo vista e se adaptando nas regiões
com grande concentração populacional de humanos.
Uma grande diversidade de aves já está vivendo
de forma permanente nessas áreas e sua vocalização
já se mistura aos sons e barulhos das cidades como
obras, trânsito entre outros desafios. Um novo estudo
realizado pela Universidade da Califórnia (UCLA),
em Los Angeles, nos Estados Unidos, classificou as principais
características que auxiliam as aves a viver em áreas
urbanas.
Os pesquisadores usaram
dados coletados de mais de 125 milhões de avistamentos
de aves individuais registrados na plataforma eBird, do
Cornell Lab of Ornithology, para montar um índice
de associação urbana e indicar como espécies
de aves estão vivendo nas cidades. Ao todo investigaram
3.768 espécies em 137 cidades de todos os continentes.
“Identificar características
que ajudam a vida selvagem a se adaptar ou até prosperar
nas cidades pode ajudar os administradores urbanos a reforçar
a biodiversidade, por exemplo, aumentando os espaços
verdes, plantando mais árvores e mais altas, construindo
habitats potenciais mais variados ou reduzindo a densidade
habitacional. Também pode ajudar os biólogos
conservacionistas a identificar quais tipos de espécies
estão mais ameaçados pela urbanização”,
disse Monte Neate-Clegg, principal autor da pesquisa, em
comunicado.
Segundos os pesquisadores,
as aves com maior associação urbana têm
em comum várias características que propiciam
a sobrevivência em áreas urbanizadas. Esses
atributos vão desde o tamanho, aves menores têm
mais facilidade; mais capacidade de voar por longas distâncias;
mais diversidade na escolha da alimentação;
até ninhadas maiores. “Em uma cidade como Los
Angeles, nos Estados Unidos, por exemplo, o corvo americano
é uma espécie cosmopolita cuja dieta ampla,
hábitos de nidificação arbórea
e longa vida útil favorecem a vida na selva de concreto.
Em contraste, carriças são insetívoros
altamente territoriais com baixa capacidade de dispersão
que evitam as cidades e se mantêm em terrenos íngremes
e rochosos”, diz Neate-Clegg.
O estudo publicado na revista
científica Current Biology, indica que a localização
geográfica dos centros urbanos e sua população
interferem na atuação das características
das aves. Cidades com clima mais temperado, como Nova York,
nos Estados Unidos, uma dieta mais abrangente é mais
importante. Por outro lado, cidades mais tropicais, agregam
espécies mais generalistas, como em Bogotá,
na Colômbia.
Já em cidades com
pequenas populações humanas, como Anchorage,
no Alasca, aves de grande porte como as águias-americanas,
que consome peixes, tendem a ter mais facilidade, enquanto
metrópoles como Bangkok, na Tailândia, são
mais amistosas para espécies pequenas e que podem
consumir vários alimentos. “Assim, a importância
dos filtros de características nas aves varia previsivelmente
entre as cidades, indicando variação biogeográfica
na seleção para tolerância urbana que
poderia explicar os desafios anteriores na busca por padrões
globais. Uma estrutura globalmente informada que preveja
a tolerância urbana será essencial para a conservação,
pois proporções crescentes da biodiversidade
mundial são impactadas pela urbanização”,
dizem os autores.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay