Aves
maiores têm mais dificuldade para se adaptar às
mudanças climáticas
Estudo
revela desafios para espécies de médio e grande
porte
28/08/2023 – O aquecimento
global tem afetado diversas espécies em todas as
partes do planeta e isso não tem sido diferente para
as aves. Muitos estudos têm revelado os desafios que
inúmeras espécies têm enfrentado com
o aumento das temperaturas e a alteração dos
habitats. Aves grandes e espécies migratórias
estão entre aquelas que mais têm sofrido com
essas mudanças. É o que indica um novo estudo
da Universidade de Haifa e do Shamir Research Institute.
“A preocupação
é que, se a tendência de queda no número
de filhotes incapazes de deixar seus ninhos continuar, isso
afetará a capacidade das espécies de aves
grandes e migratórias de sobreviver em longo prazo.
Essas aves desempenham um papel importante na manutenção
do ecossistema global”, explica o Dr. Motti Charter,
da Universidade de Haifa e do Golan Heights Institute, em
comunicado.
O estudo “O efeito
das mudanças climáticas na produção
de descendentes de aves: uma meta-análise global”
foi publicado na revista científica PNAS e inclui
dezenas de ornitólogos e especialistas de vários
países como Estados Unidos, Polônia, México
e Portugal. Outros estudos têm revelado como as mudanças
climáticas tem afetado o tempo o modo de reprodução
das aves, além da alteração no processo
de migração das espécies.
Neste estudo os pesquisadores
se debruçam sobre o impacto do aquecimento global
na reprodução das aves, sobretudo no número
de filhotes. O objetivo é identificar a relação
entre o fenômeno climático e o declínio
nos nascimentos, a partir de dados coletados em todo o planeta
nos últimos 15 anos. A equipe de pesquisadores analisou
informações sobre 201 grupos de 104 espécies
de aves de todos os continentes, totalizando 745.962 ninhos.
Os pesquisadores ainda incluíram dados de estações
reprodutivas de 1970 a 2019, destacando temperaturas diárias,
número de ovos, filhotes por casal e o número
de ninhos em cada grupo populacional.
Segundo o estudo, o aumento
das temperaturas tem alterado as zonas climáticas
e afetado as condições dos locais de reprodução
das aves. Em média houve uma redução
de 57% no número de filhotes. Contudo, em um determinado
grupo de espécies houve um aumento de 43%, as espécies
menores. “Espécies de aves menores podem ter
preferência por climas mais quentes e também
podem se adaptar mais rapidamente às mudanças
de temperatura”, explica.
Aves grandes e migratórias
estão tendo menos filhotes e muitas dessas espécies
têm um papel fundamental no padrão ecológico,
como no controle de pragas e no equilíbrio biológico.
Por certo, se não houver uma interrupção
nos processos das mudanças climáticas espécies
mais sensíveis serão levadas à extinção.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay