Espécies de aves estão tendo menos filhotes,
diz pesquisa
Aquecimento
global é a causa na queda da reprodução
22/09/2023 – As mudanças
climáticas estão afetando a reprodução
de espécies da avifauna. É o que indica um
novo estudo sobre como as aves estão tendo menos
descendentes, conforme as temperaturas aumentam. E as espécies
migratórias estão entre as mais afetadas.
A pesquisa publicada na
Proceedings of the National Academy of Sciences, analisou
informações de mais de 200 grupos de aves,
com cerca de 100 espécies em várias partes
do planeta. Os dados usados foram coletados nos últimos
50 anos de pesquisa sobre a biodiversidade.
Segundos os pesquisadores,
nesse período o planeta ficou um grau Celsius mais
quente. E para determinar esse aquecimento com a redução
de comunidades de avifauna, foram usados modelos para relacionar
a mudança do clima com a queda na população.
Ao analisar os dados, verificaram que 43% das espécies
estão com uma reprodução maior, mas
57% das espécies estudadas têm menos descendentes.
Deste modo, a população de aves vem diminuindo.
Observando mais de perto
os dados, os pesquisadores perceberam que alguns grupos
de aves correm mais risco do que outros, em relação
às mudanças climáticas. Espécies
maiores, por exemplo, tendem a sofrer mais, portanto têm
menos filhotes em relação a espécies
menores. Esse fenômeno também ocorre com as
espécies migratórias, em função
das espécies locais.
Portanto, a pesquisa indica que espécies menores
e que não migram sofrem menos com o aquecimento global.
De acordo com a pesquisa,
espécies que têm mais de uma ninhada em uma
única estação podem ter mais sucesso
em temperaturas mais altas, portanto os ovos têm mais
chances de eclosão e os filhotes de sobrevivência.
Os pesquisadores ainda não sabem o motivo, mas sugerem
que temperaturas mais quentes propiciam mais vegetação
no início da primavera, com fornecimento de mais
comida. Desta forma os pais podem escolher melhor o local
dos ninhos para evitar predadores.
Já as aves maiores
e as migratórias têm mais dificuldade de se
adaptar ao aumento das temperaturas. Em geral colocam menos
ovos, os filhotes demoram mais para crescer e tem mais tempo
entre as gerações. Esses fatores podem reduzir
a capacidade de adaptação às mudanças
abruptas nos ambientes. Contudo, os pesquisadores alertam
que os dados de espécies dos trópicos e de
regiões costeiras ainda são insuficientes.
Eles explicam que as espécies nessas áreas
podem apresentar outros indicadores.
O estudo indica ainda outro
padrão quando comparam as espécies que se
saem melhor ou pior neste cenário de mudanças
climáticas. As alterações no clima
estão mudando os ciclos da vida e até a evolução
das aves em todo o planeta. Pesquisas revelam que o aquecimento
da temperatura pode beneficiar algumas espécies menores,
mas pode ser fatal para aquelas maiores.
Os pesquisadores explicam
que corpos menores conseguem dispersar o calor mais facilmente,
desta forma, os animais podem regular sua temperatura corporal
com mais eficiências em climas mais quentes. Por outro
lado, várias pesquisas indicam que as aves migratórias,
que contam com populações gigantescas de espécies
variadas, estão tendo seus padrões de viagem
alterados, e isso pode significar a diferença entre
a vida e a morte das aves.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay