Padrões únicos podem ter salvado aves em extinção
dos dinossauros
Pesquisa indica novas relações entre espécies
modernas e pré-históricas
30/10/2023 – Uma nova
pesquisa traz luz sobre como os ancestrais de aves tiveram
sucesso na sobrevivência ao evento cataclísmico
que causou a extinção dos dinossauros há
66 milhões de anos. O estudo indica que padrões
únicos podem ter propiciado a sobrevivência
das espécies.
Segundo os pesquisadores,
cada ave é um remanescente da era dos dinossauros.
Todos os aspectos que envolvem as aves, com suas estruturas
complexas de queratina, tem papel fundamental no voo; a
camuflagem, a termorregulação, o comportamento
sexual; entre outras características. Entretanto,
essas especialidades são irreparáveis, ou
seja, não podem ser substituídas com frequência
em um processo conhecido como “molting”, muda
na tradução livre.
A pesquisa baseou-se no
aglomerado de penas de aves juvenis de 99 milhões
de anos encontrado em um âmbar. Segundo os cientistas,
a amostra apresentou características de combinação
única não registrada em nenhuma espécie
de ave existente, com o desenvolvimento de todas as penas
de maneira simultânea. Eles explicam que esse padrão
é típico de espécies altriciais, que
nascem sem penas e têm grande dependência de
seus pais. Contudo, em estudo anterior esta ave extinta
era pertencente aos Enantiornithines, grupo caracterizado
pelo crescimento precoce, ou seja, nasciam com penas e eram
autossuficientes desde pequenos.
Essa muda simultânea
observada pode ter sofrido significativas implicâncias
para os Enantiornitinos durante o período de extinção
em massa, que causou queda drástica de temperaturas
na Terra e a escassez de recursos variados. A pesquisa foi
publicada na revista científica Communications Biology.
Segundo os pesquisadores,
este método habilita a ave a manter suas capacidades
de voo, mesmo durante o período da muda. Os cientistas
explicam ainda, que as mudas simultâneas, que contam
com a troca e o crescimento de todas as penas de voo de
uma só etapa seriam menos comuns e mais presentes
em espécies aquáticas como patos, que dependem
menos do voo para a sobrevivência.
Os pesquisadores afirmam
que evidências de muda em aves e dinossauros emplumados
são raras. Portanto, a tese indica que um tempo de
muda mais curto pode significar menos riscos para uma ave
morrer, tornando-se um fóssil durante a muda e preservando
provas importantes sobre esse processo. Os pesquisadores
estudaram mais de 600 aves modernas da coleção
de ornitologia do Museu Field de História Natural,
em Chicago, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores ressaltam
que apesar do estudo ser baseado em aves modernas, eles
entendem que as descobertas podem colaborar sobre os padrões
de muda em espécies pré-históricas.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay