Democracia:
Organizações do Pacto pela Democracia reagem
a PL do Voto Impresso
NOTA
PÚBLICA - De volta para o passado: PL do Voto Impresso
não pode ser aprovado!
10/12/2024 – As organizações
da rede do Pacto pela Democracia manifestam extrema preocupação
com o PL 1169/15, que propõe alterações
à Lei das Eleições para obrigar a recontagem
física de votos nos pleitos eleitorais. Na prática,
o projeto busca instituir o voto impresso no Brasil, não
como forma de fortalecer o processo eleitoral, mas como
estratégia para alimentar a desconfiança no
sistema de votação e ampliar significativamente
a possibilidade de obstrução em um sistema
comprovadamente seguro e íntegro.
Em uma manobra insidiosa,
o projeto está pautado para votação
nesta terça (10) pela Comissão de Constituição
e Justiça da Câmara dos Deputados, ignorando
os riscos que a proposta representa, o devido rito legislativo
e a incontornável necessidade de amplo debate acerca
do tema, já que o PL deve seguir direto ao plenário
sem passar por nenhuma outra comissão.
Sob a relatoria do Deputado
José Medeiros (PL-MT), o projeto prevê que
o voto seja impresso e depositado em uma urna física,
obriga a auditagem manual de todos os votos em todos os
colégios eleitorais logo após a votação,
e, ainda mais grave: propõe que tais alterações
sejam implementadas no próximo pleito, sem qualquer
previsão de testes ou processos de adaptação,
o que traria riscos incalculáveis ao processo eleitoral
e à democracia brasileira.
Desde 2014, com auge em
2022, atores antidemocráticos têm promovido
narrativas que questionam a integridade do sistema eletrônico
de votação no Brasil. Mesmo diante de inúmeros
relatórios que atestam a segurança do sistema
de votação vigente, elaborados por especialistas
de universidades renomadas e de auditorias realizadas por
partidos de diferentes espectros políticos, esses
grupos demonstram pouco interesse em aprimorar o sistema.
O objetivo é evidente: disseminar desinformação
e minar a confiança nas urnas eletrônicas,
um alicerce essencial para a realização de
eleições justas, confiáveis e para
o fortalecimento da democracia no país.
A mudança proposta
abre brechas para questionamentos infundados dos resultados
e aumenta o risco de manipulação e corrupção
no processo eleitoral. O PL 1169/15 representa um retrocesso
grave e uma volta para o passado, trazendo práticas
que fragilizam o funcionamento da democracia brasileira.
O Brasil, com sua justiça eleitoral reconhecida internacionalmente
e a tecnologia avançada de suas urnas eletrônicas,
superou desafios logísticos e estruturais de uma
nação de dimensões continentais. Trazer
para discussão um projeto sobre voto impresso neste
momento, desta forma e com o presente teor, seria ignorar
esse progresso e colocar em risco um sistema eleitoral que
é exemplo global de segurança e eficiência.
Há quase dois anos,
narrativas infundadas e desinformativas sobre a integridade
do nosso sistema de votação foram orquestradas
em uma tentativa de golpe de Estado. É urgente e
imperativo impedir que mais uma ofensiva contra a democracia
brasileira avance e seja legitimada pelo Parlamento brasileiro.
Não voltaremos ao passado.
Assinam esta nota:
Agência Ambiental Pick-upau
A Tenda das Candidatas
Associação Brazil Office | Washington Brazil
Office
CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço
CEDENPA - Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará
Conectas Direitos Humanos
Delibera Brasil
FAOR - Fórum da Amazônia Oriental
FADDH - Frente Ampla Democrática pelos Direitos Humanos
Instituto Democracia e Sustentabilidade
Instituto Democracia em Xeque
Instituto EcoVida
Instituto Não Aceito Corrupção
INESC
Nossas
Observatório Feminista do Nordeste
Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político
PNBE - Pensamento Nacional das Bases Empresariais
Transparência Brasil
Transparência Eleitoral
Transparência Internacional - Brasil
Transparência Partidária
Teia de Criadores
Do Pacto Pela Democracia
Fotos: Reprodução/TSE