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Mancha de lixo no Pacífico se transforma em ecossistema

Espécies costeiras estão se reproduzindo em alto mar

 
 

19/04/2023 – Localizada entre a Califórnia e o Havaí, a mancha de 1,6 milhão de quilômetros quadrados se transformou em um grande ecossistema com diferentes espécies de invertebrados. É o que diz uma nova pesquisa publicada na revista científica Nature Ecology & Evolution.

A chamada Grande Mancha de Lixo do Pacífico é na verdade um gigantesco conglomerado de resíduos plásticos descartados com 79 mil toneladas, que agora se tornou um ecossistema para pequenos seres vivos que geralmente não vivem em alto mar.

Quando se observa a mancha de perto, percebe que ela parece com uma grande sopa de plástico, onde os resíduos são usados para que os seres vivos flutuem pelo oceano. Antes acreditavam que limitações ecológicas ou mesmo fisiológicas poderiam ser limitações na colonização e permanência do oceano.

Reprodução/Pixabay

 



Durante a pesquisa, os cientistas analisaram 105 itens de plásticos retirados na Grande Mancha de Lixo do Pacífico, entre novembro de 2018 e janeiro de 2019 e identificaram 484 organismos invertebrados marinhos vivendo nos detritos plásticos. Foram identificadas 37 espécies, sendo que 80% são característicos de zonas costeiras, como plantas, algas e micro-organismos que grudam em animais invertebrados aquáticos como moluscos e esponjas, formando um novo e improvável ecossistema.

Apesar da condição inadequada de sobrevivência, ou seja, um conjunto de lixo plástico boiando no meio do oceano, os pesquisadores descobriram que os seres vivos encontrados são capazes de se reproduzir. "Os nossos resultados demonstram que o ambiente oceânico e o habitat plástico flutuante são claramente hospitaleiros para as espécies costeiras. [...] Podem sobreviver, reproduzir e ter populações complexas e estruturas comunitárias em mar aberto", diz um trecho da pesquisa.

Os pesquisadores pretendem agora analisar quais são as consequências desta aberração causadas pelo homem, como as espécies conseguem viver tão distantes de seus locais de origem.

Sobre a pesquisa: Linsey E. Haram et al, Extensão e reprodução de espécies costeiras em detritos plásticos no Giro Subtropical do Pacífico Norte, Nature Ecology & Evolution (2023). DOI: 10.1038/s41559-023-01997-y.

Da Redação, com informações de agências de notícias
Foto: Reprodução/Pixabay

 
 
 

 

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