29/07/2024
– Criado pela Fundação Ellen MacArthur, o Desafio
O Grande Redesenho de Alimentos, já recebeu mais de 140 inscrições
de empresas do setor de alimentos e bebidas de todo o mundo. O objetivo
do desafio é promover o desenvolvimento sustentável
a partir da criação de novos produtos através
de princípios da economia circular.
Luisa Santiago, diretora executiva
da Fundação Ellen MacArthur na América Latina,
destacou que o sistema alimentar é a raiz de grandes desafios
ambientais, como a perda da biodiversidade, poluição
e mudanças climáticas. Mas se bem orientado pode ser
uma fonte de solução. Por isso este desafio traz a
lógica e os princípios da economia circular, para
a criação das ideias de produtos.
O projeto é voltado para a
criação de soluções que visem reduzir
os impactos ambientais negativos do processamento de alimentos,
desde a produção agrícola até o consumo
doméstico. O setor de alimentos e bebidas gera enormes quantidades
de resíduos, que acabam por poluir o solo, a água
e o ar, caso eles não tenham uma gestão ecologicamente
correta.
O projeto tem apoio da Fundação
Ellen MacArthur e de outras organizações, como o Grupo
Carrefour Brasil. A empresa será responsável por feedbacks
construtivos oferecendo ideias de produtos, além de realizar
conversas individuais com os participantes, alinhando as propostas
criadas com as expectativas do varejo. Como resultado os melhores
produtos estarão dispostos em espaços gratuitos nas
prateleiras do grupo por seis meses.
Segundo Susy Yoshimura, Diretora Sênior
de Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil, os compromissos assumidos
pelo Grupo irão contribuir com o desenvolvimento de uma produção
de alimentos inclusiva, com processos produtivos sustentáveis,
valorizando e preservando a biodiversidade, além de gerar
renda. Ela também enfatiza que a parceria com a Fundação
Ellen MacArthur representa uma oportunidade real de colaboração
e criação conjunta de iniciativas de impacto que englobam
desde o processo produtivo até o consumidor.
Segundo a Fundação Ellen MacArthur o apoio de grandes
varejistas como o Grupo Carrefour Brasil, é de extrema importância
para o projeto, já que torna os produtos acessíveis
à população em geral. Luisa Santiago expressou
sua expectativa de tornar as ideias inovadoras em produtos de uso
comum, ressaltando o apoio dos grandes varejistas, e a importância
deles em contribuir para a preservação e restauração
do planeta para as futuras gerações.
O design circular de alimentos é
direcionado a elaborar novos conceitos de produtos que consumimos,
através da seleção de matérias-primas
até o fornecimento dos ingredientes, a produção,
e terminando na embalagem. Visando atender as normas do desafio,
os produtos criados precisam levar a maior parte de seus ingredientes
oriundos de sistemas de produção sustentáveis;
preencher pelo menos uma das três oportunidades identificadas
no modelo de design circular para alimentos (uso de ingredientes
de menor impacto, diversificados e reciclados), além disso,
precisam possuir uma embalagem que não utilize materiais
problemáticos.
O modelo foi elaborado como parte
do estudo “O Grande Redesenho de Alimentos", publicado
pela Fundação Ellen MacArthur em 2021. O estudo destaca
que as empresas do setor de alimentos e bebidas e os varejistas,
podem influenciar positivamente o sistema alimentar, já que
o setor pode sim oferecer benefícios à natureza em
vez de sobrecarregá-la.
Na atualidade, o sistema alimentar é um dos principais contribuintes
da perda de biodiversidade e representa um terço das emissões
globais de gases do efeito estufa. Com isso, a aplicação
da economia circular ao design de alimentos é um caminho
para combater esses problemas.
Dentre os produtos brasileiros aprovados
para a fase de produção estão bebidas como
a da Puravida, que propôs um alimento à base de plantas,
feito com ingredientes da biodiversidade brasileira. Representando
ingredientes reciclados, aparecem ideias como a Amazônia Mundi
que criará a "Tirinha Amazonika", um alimento feito
a partir da fibra do caju que é comumente descartada, e de
ingredientes amazônicos produzidos de maneira a manter a floresta
em pé, como óleo de patauá e farinha de babaçu.
A empresa Native, por exemplo, criou cookies de maçã
e canela cultivados com práticas regenerativas e farinha
de semente de uva.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
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