13/08/2024
– Cada vez mais, pesquisadores vêm realizando estudos
que demonstram que os plásticos e produtos químicos
utilizados na sua fabricação podem causar muitos danos
à saúde humana e ao meio ambiente.
Pesquisas realizadas pelo projeto
do Relatório PlastChem buscaram identificar e caracterizar
os produtos químicos presentes nos plásticos, a partir
de dados de agências ambientais de todo o mundo. Dados preliminares
indicam que existem pelo menos 16.000 produtos químicos plásticos
diferentes, sendo que destes, 4.200 são classificados como
nocivos à saúde humana e ao meio ambiente, e considerados
altamente perigosos; destes, 3.600 não são regulamentados.
A importância da padronização
O relatório enfatiza justamente a necessidade da sistematização
dos dados sobre os produtos químicos, com foco naqueles que
possam causar danos à saúde e ao meio ambiente, para
que agências reguladoras de todo o mundo possam utilizar esses
dados.
Conforme Martin Wagner, um dos autores
do estudo, a toxicidade foi um dos dados mais importantes para a
classificação dos produtos químicos, já
que alguns desses produtos podem ser cancerígenos ou mutagênicos,
além de tóxicos para a reprodução humana.
A toxicidade é um dado abrangente. Alguns tóxicos
fazem mal a órgãos específicos, como o fígado,
órgão responsável pela absorção
de substâncias tóxicas. Dos produtos listados como
preocupantes, a maioria era classificada como persistente, ou seja,
não se degrada facilmente no meio ambiente, e são
bioacumulativos, acumulando-se no corpo ao longo do tempo.
A indústria do plástico
costuma criticar esses estudos, pois diz que eles não são
específicos o suficiente, não demonstrando associação
entre causa e efeito. Para tornar o estudo mais técnico foram
extraídos dados de agências reguladoras de todo o mundo.
O método dos Estados Unidos
Em contraponto aos demais países, os Estados Unidos têm
como método padrão de suas agências reguladoras
a exigência de prova dos danos do produto químico individualmente.
Essa metodologia é amplamente criticada, pois permite a alteração
de pequenas moléculas da estrutura do produto químico,
criando um ciclo infinito de testes.
O Relatório PlastChem sugere
como metodologia principal o agrupamento de produtos químicos
semelhantes em 15 classes, dentre as quais existem nomes conhecidos,
como bisfenóis (BPA e seus descendentes); ftalatos; substâncias
per e polifluoroalquil (PFAS); e parabenos (conservantes). Apesar
de esse agrupamento englobar até 1.000 dos mais tóxicos
produtos químicos, cerca de 2.600 não são regulamentados.
Ausência de Dados
O relatório frisa que, mesmo considerando os produtos químicos
mais perigosos, existe uma carência de informações
necessárias para estudar os danos ao corpo humano, à
vida selvagem e ao meio ambiente. Por isso, a importância
dos dados das agências de regulamentação de
todo o mundo.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
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