17/10/2024
– Um estudo realizado pela Universidade de Otago descobriu
que peixes em áreas urbanizadas da Nova Zelândia ingerem
significativamente mais plástico do que aqueles em regiões
mais afastadas das cidades. Publicado no New Zealand Journal of
Marine and Freshwater Research, o estudo é pioneiro em investigar
como a urbanização afeta o consumo de plástico
por espécies de peixes no país, com foco em entender
se a localização influencia a quantidade de plástico
ingerido.
Pesquisadores coletaram amostras de
peixes em três locais distintos ao redor de Dunedin: no centro
da cidade, em Port Chalmers, e em uma área rural, Purakanui.
Os resultados mostraram que os peixes coletados nas proximidades
do centro urbano e de Port Chalmers ingeriram consideravelmente
mais microplásticos do que aqueles coletados em Purakanui,
uma área menos urbanizada. Especificamente, os peixes da
zona rural ingeriram 8,5 vezes menos plástico do que os do
centro da cidade e 6,3 vezes menos do que os de Port Chalmers.
A pesquisa revelou que 83% das amostras
de peixes dos três locais continham microplásticos,
com uma média de 20 partículas plásticas por
intestino nos peixes coletados em Dunedin e Port Chalmers. Em contraste,
os peixes de Purakanui apresentaram contagens de microplásticos
mais semelhantes às de peixes de espécies comerciais
da Nova Zelândia.
Fletcher Munsterman, graduado em Zoologia
e principal autor do estudo, explicou que, apesar de não
encontrarem uma correlação direta entre a quantidade
de microplásticos nos sedimentos e a ingestão pelos
peixes, a exposição nas áreas urbanas é
significativamente maior, correlacionando-se com a densidade populacional
humana. Ele ressaltou que, mesmo que os peixes não ingiram
os plásticos diretamente, eles ainda estão expostos
aos impactos físicos e químicos desses resíduos.
A supervisora de pesquisa, Professora
Associada Sheri Johnson, expressou surpresa com os altos níveis
de microplásticos encontrados em Otago, comparando-os aos
níveis presentes na altamente poluída Lagoa de Veneza.
Ela destacou a necessidade de aprofundar a compreensão sobre
por que os sedimentos e a vida marinha em Otago apresentam concentrações
tão elevadas de microplásticos em comparação
com outras regiões da Nova Zelândia.
O estudo lança luz sobre a
crescente preocupação com a poluição
plástica e seus impactos na vida marinha, especialmente em
áreas urbanizadas. Johnson espera que pesquisas como essa
incentivem a população a refletir mais sobre o uso
e descarte de plásticos, sugerindo que, ao menos, as pessoas
recolham o lixo plástico que encontrarem nas praias e litorais,
contribuindo para a proteção dos ecossistemas marinhos.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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