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Baltimore processa indústrias de plástico por danos ambientais e custos de limpeza

Ação judicial busca responsabilizar grandes corporações por poluição e despesas com remoção de resíduos plásticos na cidade

 
 

25/10/2024 – A cidade de Baltimore, nos Estados Unidos, entrou com uma ação judicial em 20 de junho contra diversas empresas produtoras de plástico, alegando que essas corporações devem arcar com os custos relacionados à limpeza da poluição plástica presente nas ruas e nos corpos d'água locais. Entre as empresas citadas no processo estão multinacionais como Coca-Cola, Pepsi e Frito Lay, conhecidas pelo uso extensivo de embalagens plásticas em seus produtos, incluindo refrigerantes, salgadinhos e lanches.

Além das gigantes do setor de bebidas e alimentos, a ação também envolve empresas de manufatura de plástico sediadas em Maryland, como W.R. Grace & Co., Mercury Plastics MD, Adell Plastics Inc. e Polymershapes Baltimore. O processo foi protocolado no Tribunal de Circuito da Cidade de Baltimore e faz parte de uma iniciativa mais ampla da "Divisão de Litígios Afirmativos" da cidade, que visa tomar medidas legais contra corporações consideradas responsáveis por poluição e outros danos ambientais.

De acordo com a procuradora municipal, Ebony Thompson, a cidade já realizou ações semelhantes contra empresas envolvidas em contaminação química por PCB e PFAS, além de poluição por filtros de cigarro, conseguindo recuperar mais de 8 milhões de dólares em indenizações ambientais até o momento. Thompson ressaltou que a intenção é continuar buscando compensações pelos danos causados por empresas que priorizam o lucro em detrimento do bem-estar da população e do meio ambiente.

Entretanto, algumas das empresas envolvidas demonstraram surpresa ao serem incluídas na ação. O presidente da Adell Plastics, Michael Dellheim, afirmou estar surpreso com a participação de sua empresa no processo, alegando que seus produtos não estão relacionados ao problema de plásticos de uso único ou à proliferação de microplásticos no suprimento de alimentos e água. A Adell Plastics é conhecida pela fabricação de compostos termoplásticos proprietários, com ênfase em nylon, polipropileno, poliéster, policarbonato e concentrados de silicone.

As autoridades municipais preferiram não comentar sobre a inclusão específica da Adell Plastics na ação judicial. Outras empresas citadas no processo, como a W.R. Grace, também optaram por não se manifestar sobre o litígio até o momento.

Reprodução/Pixabay

 



A iniciativa de Baltimore acompanha uma tendência crescente de processos legais relacionados à poluição plástica, movidos por organizações não governamentais, estados e municípios. Em novembro do ano anterior, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, entrou com uma ação contra a PepsiCo, argumentando que os produtos plásticos de uso único da empresa causam danos significativos ao público e ao meio ambiente.

O processo de Baltimore destaca que produtos plásticos, incluindo garrafas e embalagens descartáveis, são uma fonte substancial de lixo na cidade, obrigando o município a gastar milhões de dólares anualmente em serviços de limpeza e campanhas de prevenção ao lixo. Estudos recentes indicam que apenas uma pequena fração dos produtos plásticos coletados na cidade — cerca de 2,2% — é efetivamente reciclada, enquanto o restante acaba em aterros sanitários ou é incinerado em instalações no sul de Baltimore. Os plásticos representam aproximadamente 18% dos resíduos descartados que a cidade precisa gerenciar, conforme indicado no Plano de Gestão de Resíduos Sólidos local.

Apesar de muitos produtos plásticos serem rotulados como recicláveis, o processo aponta que eles frequentemente contêm componentes não recicláveis, como tampas e rótulos feitos de materiais diferentes do corpo principal das embalagens. Além disso, mesmo quando reciclados, esses produtos geralmente só podem passar por um ciclo de reutilização antes de serem descartados definitivamente.

A degradação desses materiais resulta na formação de microplásticos, que contaminam o solo e os recursos hídricos, incluindo fontes de água potável e o porto da cidade. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos considera a poluição por microplásticos um problema onipresente, com essas partículas sendo encontradas até mesmo em órgãos humanos como fígado, rins e placenta, conforme relatado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. A União Internacional para a Conservação da Natureza também alertou que produtos químicos carcinogênicos presentes nos plásticos podem infiltrar-se na água da torneira, causando diversos problemas de saúde, incluindo distúrbios no desenvolvimento, reprodução, sistema neurológico e imunológico.

O prefeito de Baltimore, Brandon Scott, classificou a ação judicial contra os produtores de plástico como uma medida proativa para enfrentar os danos causados pela poluição na cidade. Scott enfatizou que as empresas que prejudicam as terras e águas de Baltimore devem ser responsabilizadas por suas ações, reforçando o compromisso da administração municipal em proteger o meio ambiente e a saúde pública.

Com este processo, Baltimore busca não apenas recuperar os custos associados à limpeza e gestão de resíduos plásticos, mas também promover mudanças significativas nas práticas industriais que contribuam para a redução da poluição e preservação ambiental a longo prazo.

Da Redação, com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 

 

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