31/10/2024
– Uma pesquisa recente revela que dois dos mais críticos
estressores ambientais — a poluição por microplásticos
e as inundações de água do mar — podem
alterar significativamente o crescimento e a reprodução
de plantas em áreas costeiras ao redor do mundo. Publicado
na revista *Environmental Pollution*, o estudo é um dos primeiros
a analisar os efeitos combinados desses dois fatores nas plantas
costeiras.
Os cientistas descobriram que, isoladamente,
tanto os microplásticos quanto as inundações
causam danos às plantas. Enquanto os microplásticos
afetam negativamente a reprodução das espécies
testadas, as inundações resultam em maior morte de
tecidos vegetais. Contudo, quando as plantas são expostas
simultaneamente a esses dois estressores, o impacto é ainda
mais severo, alterando o crescimento e suprimindo temporariamente
a eficiência fotossintética das plantas.
Essas alterações, por
sua vez, prejudicam a capacidade das plantas de absorver água,
nutrientes e luz solar, fatores essenciais para a sobrevivência
e para o equilíbrio dos ecossistemas costeiros. A pesquisa
foi liderada por especialistas em poluição plástica
e biologia vegetal da Universidade de Plymouth e da Unidade Internacional
de Pesquisa de Lixo Marinho, que alertaram sobre o risco elevado
dos microplásticos quando combinados com outros estressores,
como as inundações.
O estudo destacou que, com o agravamento
das mudanças climáticas e o aumento do uso de plásticos,
a frequência dessas exposições simultâneas
tende a crescer, representando uma ameaça cada vez maior
para a resiliência dos ecossistemas costeiros. Nesse contexto,
os pesquisadores enfatizam a necessidade de priorizar o entendimento
e a mitigação das ameaças combinadas à
biodiversidade.
Realizado como parte do projeto BIO-PLASTIC-RISK,
financiado em £ 2,6 milhões, o estudo focou na banana-da-terra
(Plantago coronopus), uma planta perene comumente encontrada em
habitats costeiros como dunas de areia e cascalhos de praia. As
plantas foram cultivadas em solo com presença de plásticos
convencionais e biodegradáveis por 35 dias antes de serem
submetidas a inundações com água do mar por
72 horas. Após esse período, as plantas foram observadas
por mais 24 dias, e os cientistas monitoraram parâmetros como
sobrevivência, tamanho, eficiência fotossintética
e produção de flores.
O estudo sublinha que, em escala global,
habitats como dunas costeiras e pastagens são vitais para
a proteção das comunidades e para o suporte à
biodiversidade, mas estão sob crescente ameaça. A
combinação de poluição por microplásticos
e inundações, exacerbada pelas mudanças climáticas,
pode piorar significativamente nos próximos anos, a menos
que medidas globais ambiciosas sejam implementadas para mitigar
esses impactos.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
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