16/12/2024
– Cientistas conseguiram, pela primeira vez, fazer plásticos
termicamente estáveis semelhantes ao poliestireno e ao PET
utilizando bactérias, um avanço na biotecnologia que
oferece uma alternativa viável para os plásticos tradicionais
e com menor impacto ambiental.
Sang Yup Lee, engenheiro químico e biomolecular do Korea
Advanced Institute of Science and Technology, na Coreia do Sul,
afirmou que a capacidade das bactérias de sintetizar plásticos
com propriedades semelhantes aos materiais petroquímicos
representa um avanço importante. Ele destacou, em comunicado,
que a biomanufatura será essencial para mitigar as mudanças
climáticas e a crise global dos plásticos.
Os cientistas coreanos conseguiram
superar um desafio importante na bioengenharia ao criarem bactérias
que produzem plásticos com estruturas de anéis (monômeros
aromáticos), oferecendo aos plásticos maior rigidez
e estabilidade térmica.
Para isso, criaram um caminho metabólico
inovador, combinando enzimas de outros microrganismos, assim possibilitando
a produção de um monômero aromático chamado
fenil-lactato, e usaram simulações computacionais
para desenvolver uma enzima capaz de encaixar esses "blocos
de construção" em um polímero.
Os plásticos são
preparados a partir de monômeros, a identidade química
básica que forma os polímeros. Com a modificação
geneticamente das bactérias para produzir o polímero,
os cientistas as cultivaram em fermentadores, que são grandes
tanques projetados para oferecer as condições ideais
de crescimento para os microrganismos. Esses fermentadores foram
preenchidos com uma fórmula de cultivo nutritivo, que proporciona
os nutrientes necessários para o crescimento das bactérias
e a produção do polímero.
O polímero é biodegradável
e possui características físicas que podem ser úteis
em aplicações biomédicas, como a entrega de
medicamentos, embora mais estudos sejam necessários para
explorar completamente seu potencial.
Ainda que o polímero seja promissor
para aplicações em entrega de medicamentos, por exemplo,
ele ainda não é tão forte quanto o PET devido
ao seu menor peso molecular, o que impede seu uso em outras aplicações.
Os cientistas planejam como aumentar o rendimento para comercializar
o produto.
Para o futuro, os cientistas planejam
desenvolver plásticos com diferentes características
químicas e físicas, incluindo polímeros com
pesos moleculares mais altos para utilizações industriais.
Eles pretendem também otimizar o método para aumentar
a escala de produção. Lee afirmou que, se o esforço
para melhorar o rendimento for intensificado, esse método
poderá ser comercializado em uma escala maior. Os resultados
foram divulgados na revista científica Trends in Biotechnology.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
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