09/07/2020
– A perdiz e o esquilo são apresentados como as espécies
com maior potencial de mortalidade por causa do tráfego
de veículos. Cerca de 194 milhões de aves e 29 milhões
de mamíferos morrem anualmente atropelados em estradas
europeias. Esses são dados de uma pesquisa realizada pelo
Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (Cesam) da Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa.
O estudo poderá ajudar
no planejamento da construção de novas estradas
e reduzir os impactos sobre a biodiversidade. A pesquisa sugere
que as espécies mais atropeladas não são
necessariamente as mais vulneráveis aos impactos das rodovias.
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Entre os mais vulneráveis a
pesquisa destaca a perdiz.
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Em entrevista à
Lusa, a pesquisadora Clara Grilo explica que o melro e o ouriço-cacheiro
morrem em maior quantidade do que morcegos e águias, já
que são espécies “mais comuns e abundantes”
e que se aproximam mais das rodovias e estradas.
Entretanto, a pesquisa que foi
publicada na revista científica Frontiers in Ecology and
Environment, diz que morcegos e águias têm uma “taxa
de atropelamento mais baixa”, mas possuem “menos capacidade
para compensar a mortalidade adicional”, informa a cientista.
Segundo os pesquisadores, “as
estradas e o tráfego podem dar o empurrão final
para a extinção de espécies já ameaçadas
por outros fatores”, e pode significar "o começo
da trajetória para a extinção de espécies
relativamente comuns”.
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Entre os mais vulneráveis a
pesquisa destaca a perdiz.
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Para verificar as taxas
de mortalidade de aves e mamíferos nas estradas e rodovias,
os pesquisadores calcularam o número de indivíduos
mortos anualmente, por quilometro para cada espécie das
categorias estudadas.
A pesquisa compilou dados de 90
estudos com registros de atropelamentos de animais em 24 países
europeus. Desse levantamento foi calculada uma taxa de atropelamento
de 240 espécies de aves e 75 espécies de mamíferos.
Com base nesses dados, os pesquisadores
desenvolveram modelos matemáticos para estimar a quantidade
de atropelamentos para espécies que não foram contempladas
no estudo. Desta foram poder identificar quais são mais
vulneráveis.
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Entre os mais vulneráveis a
pesquisa destaca a perdiz.
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Ao todo os cientistas
fizeram projeções para 423 espécies de aves
e 212 de mamíferos, levando em conta características
como massa corporal, longevidade, dieta alimentar, densidade populacional,
quantidade reprodutiva e classificação do habitat.
O estudo concluiu que das 126
espécies de aves e mamíferos mais vulneráveis,
somente 20 estavam classificadas como “ameaçadas”
ou “quase ameaçadas” na Lista Vermelha União
Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN,
na sigla em inglês).
Entre os mais vulneráveis
a pesquisa destaca a perdiz e o esquilo como potenciais vítimas
de atropelamentos em estradas e rodovias europeias, apesar de
ambos estarem classificadas como espécies “pouco
preocupantes”.
Segundo o estudo, a península
Ibérica e Balcânica e a Europa Central concentram
a maior quantidade de espécies de aves vulneráveis.
Enquanto os mamíferos mais vulneráveis se encontram
no norte da Espanha, Itália, Áustria e Península
Balcânica. Os pesquisadores pretendem ampliar os estudos
em escala mundial. Grilo lembra que há expectativa, até
2050, da construção de mais 25 milhões de
quilômetros de estradas em todo o mundo.
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Entre os mais vulneráveis a
pesquisa destaca a perdiz.
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Criado em 2015, dentro
do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Parcerias estratégicas como patrocínios da Petrobras
e da Mitsubishi Motors incentivam essa iniciativa.
Da Redação, com
informações do Publico
Fotos: Reprodução/Wikipedia/Pixabay |