29/03/2023
– O período de migração das aves é
uma imensa jornada para inúmeras espécies em busca
de locais para nidificação, forrageamento e sobrevivência.
Um tempo para visitar regiões amigáveis com clima
mais quente e ameno. Na Índia, por exemplo, observadores
de pássaros aguardam ansiosos pela chegada anual de milhões
de aves.
Ano após ano, essas aves
migram para os mesmo locais usando as mesmas rotas, mas como isso
é possível? Uma nova pesquisa publicada na revista
Scientific Reports diz que o campo magnético da Terra é
um dos fatores dessa empreitada. Contudo, distúrbios podem
estar causando erros nas rotas migratórias e deixando aves
perdidas.
É normal que aves se percam
durante viagens, por conta de tempestades, excesso de nuvens,
neblina. Entretanto, estudos recentes têm mostrado que estes
animais se direcionam também por meio do campo magnético
da Terra, como ferramenta de navegação. Segundos
os pesquisadores, em viagens longas isso se torna fundamental.
“Há evidências crescentes de que os pássaros
podem realmente ver campos geomagnéticos”, diz Tingley,
coautor do estudo e professor associado da Universidade da Califórnia,
em Los Angeles, em um comunicado à imprensa.
Pesquisadores analisaram 2,2 milhões
de registros de aves, de 152 espécies, capturadas e depois
soltas, entre 1960 e 2019 e concluíram que de fato o campo
magnético é relacionado à navegação
das aves e que distúrbios podem causar erros no trajeto.
Do Polo Norte ao Polo
Sul, o campo magnético invisível da Terra sofre
interferências de vários fatores, sejam internos
externos e quando uma perturbação o acomete, as
aves podem sofrer com isso. Os ‘mapas’ usados pelos
animais ficam distorcidos. Errar o caminho e terminar em um território
desconhecido pode ser a diferença entre a vida e a morte
para as aves. Por outro lado, os pesquisadores afirmam que as
aves, por causa das mudanças climáticas, chegarem
a locais com mais oferta de alimento, expandido seu território
original.
Segundo os pesquisadores, estes
incidentes ocorreram com mais frequência durante a migração
da primavera e outono e que aves jovens e adultas são afetadas,
indicando que geomagnetismo é importante, independente
da experiência nas migrações. Os cientistas
verificam ainda que quando esses distúrbios estavam associados
com atividade solares, como erupções e manchas solares,
menos aves eram impactadas. Eles sugerem que a radiofrequência
ocasionada por atividade solar torna obsoletos os magnetorreceptores
das aves, com se ficassem em modo analógico, usando apenas
referências da própria paisagem., entre outras informações
disponíveis.
“Achamos que a combinação
de alta atividade solar e perturbação geomagnética
leva a uma pausa na migração ou a uma mudança
para outras pistas durante a migração do outono”,
disse Benjamin Tonelli, coautor do estudo e aluno de pós-doutorado
na UCLA, durante comunicado.
Apesar de realizado com aves,
o estudo foi inspirado no encalhe baleias e desta forma pode ajudar
a entender outras migrações. “Esta pesquisa
foi realmente inspirada por encalhes de baleias, e esperamos que
nosso trabalho ajude outros cientistas que estudam a navegação
animal”, disse Tingley.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay |