29/06/2022
– Quem pensa que as aves recolhem galhos aleatoriamente
para formar seus ninhos se engana. Elas costumam descartar galhos
velhos e escolhem o material para proporcionar resistência,
segurança e aconchego para seus ninhos.
As aves parecem ter ciência
de como as propriedades de cada material pode ser traduzir em
um ninho adequado. “Isso é totalmente intrigante
para mim”, diz o físico Hunter King, da Universidade
de Akron, em Ohio.
O ninho de uma ave pode ser composto
por um conjunto variado de materiais, assim os pesquisadores realizaram
combinações de experimentos em laboratório
e simulações de computador para tentar compreender
como esses materiais podem se relacionar aos ninhos.
O estudo publicado na Physical
Review Letters realizou testes com 460 hastes de bambus espalhadas
em um cilindro. Essas simulações são capazes
de analisar como esses objetos se tocam, o que pode ser decisivo
para entender como o material se comporta.
Quanto mais força era aplicada,
mais rígido o material se apresentava, resistindo à
deformação. Conforme o pistão comprimia as
hastes, elas deslizavam umas nas outras e os pontos de contato
se reorganizavam. Desta forma, criando pontos de contatos adicionais
entre os gravetos, que impedia a flexão do material.
Os pesquisadores verificaram
que as mudanças na rigidez do material ficavam atrás
do movimento do pistão, ou seja, configurava-se um fenômeno
físico conhecido como histerese, que a propriedade de um
material manter suas propriedades mesmo quando não há
continuidade de forças ou estímulos que a pressionem.
Com isso a pilha de gravetos ficou
mais rígida quando o pistão a empurrou, em relação
ao efeito de aliviar a pressão, ou seja, a retração
do pistão. Para os pesquisadores a histerese apareceu porque
a fricção inicial entre os gravetos necessitava
ser superada antes que os pontos de contato pudessem se reorganizar.
Os pesquisadores afirmam que compreender
como os ninhos de aves são construídos e funcionam
pode favorecer na escolha de materiais e processos para transportar
e armazenar cargas e produtos importantes em diversas áreas.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay |